quinta-feira, 30 de maio de 2013

Ela está triste,
E fico triste pensando no que a deixa assim
Fico triste pensando que não sou quem pode perguntá-la o que se passa
Fico triste pensando que algo entre nós não existe mais
Mas nunca existiu.
É só mais uma paixão distante
Que nada tem de sólido
Mas todas as paixões são assim
Nada que existe tem nada de sólido
Tantas histórias, que já foram tão importantes
Do nada nos desimportamos
E voltamos ao já banal instante nilista
Em que, antes de dormir,
Me encontro comigo, meu maior inimigo,
E vejo que pouco me lixo
Que no fundo era só eu e só ela,
E nada há entre nós senão desespero e desamparo
E não há nada que cale essa conversa
E não há nada que cale o desassossego.

E se o mundo todo parasse pra pensar pra onde leva a vida?



Eu não to entendendo absolutamente nada do que ta acontecendo
Isso é um saco
Lidar com isso é um saco
Desde que o mundo se desentendeu de vez,
Desde que entendi que nada entendo,
Desde que parei de inventar entendimentos,
Toda a existência só me entendia.
Só me valem os beijos e os abraços,
As cordas, a voz e os cigarros,
Que não valem quase nada, aliás
Servem só pra acelerar uns poucos segundos
Em que nem os humanos me valem mais.

domingo, 5 de maio de 2013

A la dê loquê
Loque um pop a la rock
Lente lúcida, cristalina
Mente livre, sem sina
Sou toda minha pele,
Todo toque é uma delícia
A la de rock leve
Todo o universo me faz carícias,
Sou todos os meus nervos, juntos
Sou tudo o que vejo, tudo o que ouço
Toda essa realidade gosmenta, maleável
Todo esse vapor solidificado
Respiro tudo isso de uma vez só
Sou muito menor e maior
Sou puro ácido.
Neste instante, sou puro ácido,
Vejo o ácido escorrendo sobre toda a realidade,
sobre todas as pessoas e todos os sons.
Vejo o vivo dos mortos, as cores do cinza,
Sinto o atrito do ar
Deixo a poesia acabar
Pra que voltes ao mundo e sinta.



Deus, me deixe com este instante pra sempre,
Existir é eterna delícia,
Sentir é eterna delícia,
Que eu me deleite enquanto dure
E me deleite como se nunca tivesse havido nada, nenhum outro dia
E que eu possa me esquecer desse instante,
E viver os próximos também como se nunca tivesse havido nada,
Pois existir é uma eterna delícia,
E pensar não.

Sobre a música "once there was a way", show do Paul