terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Lágrimas que nao descem
Por que algumas lágrimas nao gostam de escorrer? Me sento no chao no meio da rua e choro, comeco a chorar muito, como se eu fosse o mais triste do mundo e todos reagem demonstrando dó, compreencao e disposicao para ajudar, me trazendo um aconchego imenso. Nada aconteceu, eu estou só imaginando a cena, mas quando imagino o que explicaria para as pessoas para que me deem seu aconchego, nao vem nada na cabeca, pelo simples fato de que nao tem motivo, apesar de ter a vontade. Talvez eu queira so o aconchego que as outras pessoas nao oferecem quando nao se precisa, ou talvez eu tenha alguma nessecidade fisiológica de expulsar essas lágrimas quase transbordantes dos meus olhos, ou talvez eu simplismente nao reconheco o motivo. Bom, o motivo do texto eu sei: é tentar expulsar estas lágrimas do meu corpo na forma de palavras e ver se a agonia que elas me causam tenha um fim, ver se assim elas escorrem enifm e ver se eu paro de me torturar tanto. "Tenho medo de quando você ler sobre o suicídio autruista" dizia minha ex...
domingo, 23 de janeiro de 2011
Limites
Da série "Poemas passados que ainda refletem ou encantam o presente" (postado no herbáceas de plutao)
Ah
Ah
Um grito num navio perdido
Ventos
Velas
Vales
Uma bússola por favor
Um pedido perdido jamais esquecido
Estradas
Escolhas
Espinhos
E um Sol a se por
Uma razão, uma crença,
Não faz diferença
Não faz coerência
Não importa o que for
Só se existe aqui se não se enxerga a cor
Angustias que nascem com agente,
Revelam-se cada vez mais doentes
Vazias como um vácuo no vão
estranha como só elas são
Sinto como se desse pra dancar dentro de mim.
Vai subindo
Subindo
Pra cima
Pro alto
Pra longe
Pra onde?
Pros lados
Num salto
Sem importancia
Sem certeza
Sem limites
Sem tristeza
Nao para
Nao move
Nao muda
Nao fica
Da infinitude de uma célula a eternidade do universo
Da infinitude do universo e da eternidade de um minuto
que ficou pra sempre lá, naquele instante
tento achar o mais pequeno mais é tudo quao gigante
Quando tento procurar o fim
Sinto como se desse pra dancar dentro de mim
Subindo
Pra cima
Pro alto
Pra longe
Pra onde?
Pros lados
Num salto
Sem importancia
Sem certeza
Sem limites
Sem tristeza
Nao para
Nao move
Nao muda
Nao fica
Da infinitude de uma célula a eternidade do universo
Da infinitude do universo e da eternidade de um minuto
que ficou pra sempre lá, naquele instante
tento achar o mais pequeno mais é tudo quao gigante
Quando tento procurar o fim
Sinto como se desse pra dancar dentro de mim
sábado, 22 de janeiro de 2011
Liberdade interna
Ser passageiro e pequeno é pouco perante ao nosso infinito e eterno universo, foi bom ter descoberto que nao sou passageiro e pequeno. Assim como o universo, nós, humanos, somos regidos por diversas forcas, vezes externas vezes internas, vezes naturais vezes artificais, que compoem a nossa personalidade, nossos valores, nossos sentimentos, nossas capacidades, nossos pensamentos e nossas relacoes. A esse plano que compoe tudo isso, dou o nome de alma, mas sem nenhum sentido metafísico ou transcedental.
Visto que essa alma é o sujeito por quem chamamos de eu, o mesmo sujeito por quem lutamos por toda a vida, o mesmo sujeito que tentamos sempre satisfazer, melhorar, por quem sempre choramos e pra quem justificamos nossos atos, e visto que nao existe um único eu e muito menos um eu sem outro eu, que existe uma interdependencia e mútuas influencias entre todos eles, chego chego a conclusao que todos somos uma mesma coisa, uma mesma cadeia de fatores, e as possibilidades sao entao imensas.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Desabafo de um pseudocult
Por que? por que enquanto nao entender o homem, a sociedade e a arte nao estarei satisfeito. Foi isso que escrevi no meu moleskine depois de alguns minutos no deleite do livro de Gregórios, pode soar meio arrogante, metido e pode dar a impressao que leio muito e que busco muito entender as coisas, mas digo isto com muita humildade, humildade de quem sabe que nao entende nada e nunca vai entender, mas se excita quando esclarece alguma coisa ou quando é exposto ao conhecimento. Me sinto como um desajeitado segurando nos livros que estou lendo, como quem nao sabe como que se faz, me roo de inveja quando as pessoas comentam o tanto que já leram, que nem é tanto para todos, mas para mim sim, que nao disponho de um hábito antigo, nem de uma concentracao forte e muito menos de uma forca de vontade. Me comporto como um mudo quando perante a quem têm essas virtudes, como um hipócrita quando perante aos que se mostram indiferentes a sabedoria e como um iniciante vunerável a qualquer conceito e qualquer visao quando perante a um texto, como se o autor fosse o escritor das minhas opinioes sobre o mundo e sobre a vida. "Voce tem que ter a conciencia" me dizia tio Pepe, quando se gabava da intelectualidade e do conhecimento sobre Nietzsche, aspectos que eu despresava na mediocre justificativa de que nunca entenderia nada mesmo e que tudo ainda seria negado no futuro.Agora eu entendo tio, nao com sua seguranca e nem assumindo a sua conciencia como a correta, mas entendo que o conhecimento do mundo me tras a "conciencia" e me faz entender o que sou e o que significo no mundo. Por que quero isso? Por que enquanto nao entender o homem, a sociedade e a arte nao estarei satisfeito, simplismente assim.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Esclarecimento
Venho aqui hoje na humilde tarefa de me esclarecer, justificar e me desculpar pelos textos e partes de textos que nao possuem uma boa qualidade, um bom nível ou nao dizem nada demais. Apesar de que lês isto por conta própria e autorisco, quero que saiba que essas falhas sao decorrentes da minha incapacidade de expressao de sentimentos, e nao da superficialidade deles ou da invalidez. Quando o genio Pessoa escreveu a frase que tanto amo, ele nao disse que esta frase serviria para qualquer um que tenta escrever o que sente, pois nao sao todos que conseguem fazer isso, sao poucos. Ontem quando lia o "Trem noturno para lisboa" o personagem Amadeu Prado, após citar o poeta, diz que o problema é quando escrita nao consegue atingir a essencia do sentimento. Pessoa provavelmente nao mencionou isto no poema pois isso nao acontecia a ele, ele nao falava portugues, ele falava ele mesmo. Comigo acontece, e aconteceu ja vezes aqui no Preco da Pílula.
Finalizo aqui meu "esclarecimento"(que está mais para uma desculpa ou um pedido de aprovacao)
Finalizo aqui meu "esclarecimento"(que está mais para uma desculpa ou um pedido de aprovacao)
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Agulha
Você esta enfiando uma uma agulha no seu peito, sua visao esta embacada, seus olhos estao molhados e você está completamente distraido enquanto faz um movimento lento e constande com os seus dedos para enfiá-la. Uma dorsinha comeca a surgir no lado esquerdo, você balanca a cabeca e derrepente esta almocando sozinho na mesa da sua casa, sua família ja saiu e você sobrou na mesa. Voce olha pra janela, pra geladera e comeca a pensar em quanto tempo falta pro vestibular. Seus olhos dilatam novamente e voce forca para concentrar. Você está de frente ao espelho, sem camisa, voce esta enfiando uma agulha bem fininha no seu peito, destavez a agulha é muito comprida, acho que nunca vi uma tao grande assim. Ela vai entrando, entrando, a camisa branca que você usa agora esta ficando com uma bola vermelha. Voce está sentindo uma dor e uma agonia, mas o movimento tem que ser feito. Ela vai entrando e entrando, está ficando pequena e voce está ofegante e com muita dor. Voce passa a mao nas costas e ve se ja da pra tirar ela, parece que esta quase lá. Voce consegue sentir, passa a mao por tras da cabeca e comeca a tirar a agulha que atravessa seu corpo. Você olha pra janela, olha pra geladeira e percebe que quase se esqueceu de segurar a linha. Você balanca a cabeca, olha seu corpo nu na frente do espelho, segura a linha e continua puxando a agulha vermelha atrás. Voce da um nó e fica se encarando por um tempo, com a respiracao ofegante e a visao ficando embacada. As batidas to seu peito vao ficando mais fortes e entao você fica com medo no nó se soltar.
Voce terminou o almoco, esta arrumando as coisas pra depois pegar o ônibus. Voce entra no ônibus e se distrai olhando pra janela, Pra onde que eu estou indo? Voce pega a furadeira que esta em cima da mesa, olha pra sala vazia, iluminada pelo sol de fim de tarde, posiciona ela no meio da sua testa, "Click" . Ela está desligada, óbvio, era só brincadeira.
Voce terminou o almoco, esta arrumando as coisas pra depois pegar o ônibus. Voce entra no ônibus e se distrai olhando pra janela, Pra onde que eu estou indo? Voce pega a furadeira que esta em cima da mesa, olha pra sala vazia, iluminada pelo sol de fim de tarde, posiciona ela no meio da sua testa, "Click" . Ela está desligada, óbvio, era só brincadeira.
sábado, 8 de janeiro de 2011
Mente conturbada
A complexidade dagente é algo facinante. Fico cada dia mais facinado com essas coisas. Por que as vezes sou triste e as vezes sou feliz? por que sinto as coisas? quais sao as variaveis que me fazem ou fariam ser um bom personagem social? quais sao as variáveis da minha felicidade?
Quem sou eu? Sou este corpo? eu acabo na ponta dos meus pés e comeco na minha cabeca? Quando eu perder minha lucidez, meu corpo ainda será eu? Se sou apenas minha lucidez, o que define ela? Quando estou bebado estou lucido? Quando eu tinha 4 anos eu ja era lucido? Eu com quatro anos e agora sou o mesmo eu? O eu que as outras pessoas vem é o verdadeir eu? Existe um verdadeiro eu?
Como diferenciar um mero caprixo de uma dor de verdade? Será que a diferenca esta na forca que as pessoas enfrentam a dor ou na forca que as dores tem? Como explicar para alguem o que há dentro de mim? Por que nao consigo dimensinoar um sentimento antes de senti-lo?
Devo agtradecer ou reclamar da minha facilidade de sobrevivencia? Devo agradecer ou reclamar da minha falta de ignorancia? Os problemas só existem por que tenho tempo pra pensar neles? Será que se eu tivesse que lutar todos os dias para comer e para que ninguem me mate eu levaria a vida na inércia, sem pensar nestas mil perguntas? Será que eu ainda seria eu sem elas?
Quem sou eu? Sou este corpo? eu acabo na ponta dos meus pés e comeco na minha cabeca? Quando eu perder minha lucidez, meu corpo ainda será eu? Se sou apenas minha lucidez, o que define ela? Quando estou bebado estou lucido? Quando eu tinha 4 anos eu ja era lucido? Eu com quatro anos e agora sou o mesmo eu? O eu que as outras pessoas vem é o verdadeir eu? Existe um verdadeiro eu?
Como diferenciar um mero caprixo de uma dor de verdade? Será que a diferenca esta na forca que as pessoas enfrentam a dor ou na forca que as dores tem? Como explicar para alguem o que há dentro de mim? Por que nao consigo dimensinoar um sentimento antes de senti-lo?
Devo agtradecer ou reclamar da minha facilidade de sobrevivencia? Devo agradecer ou reclamar da minha falta de ignorancia? Os problemas só existem por que tenho tempo pra pensar neles? Será que se eu tivesse que lutar todos os dias para comer e para que ninguem me mate eu levaria a vida na inércia, sem pensar nestas mil perguntas? Será que eu ainda seria eu sem elas?
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Culpas, riscos e acaso
Estávamos nós, os dois irmaos, juntos no comodo conversando, sofria de remorso e culpa do fundo da alma e debatia com o meu tutor, meu esclarecimento, meu exemplo e meu juiz: Meu irmao. Vacilou quando fizeste a merda, me acusava sem o menor filtro e sem a menor piedade com suas palavras, estas endeusadas por mim simplismente pelo fato de que tinham de ser, de que sempre foram e de que era certo que fossem, Agora aguenta isso ai, é o castigo do crime, prosseguiu e logo em seguida me deu um mero espaco para meu pensamento, que tambem era reprimido diante dos seus grandes olhos que fincávam os meus. O crime ja havia sido antes cometido por aquele que responde pelo Exemplo e pelo Juiz, porém as forcas do acaso nao lhe jogaram nenhuma punicao, ao contrário do meu caso, onde o azar fez de um ato, que ja fora inocentado, um crime.Aquilo já havia me causando sentimentos insuportáveis de culpa, de decepcao comigo mesmo, dores físicas e desconfortos interpessoais, mas eu ainda nao tinha sido responsabilizado também pelo azar, nao ainda, mas estava breve por vir, quando, ao recordar que meu tutor cometeu também o crime, protestei contra a acusacao de forma sutil, Merda mesma que ja fizestes tambem, porém tiveste sorte, e tive logo uma resposta também sutil, Mas nao me fudi. Mas nao me fudi, repeti para mim mesmo desviando meus olhos, quer dizer que, eu devia me sentir culpado e arrependido por cometer um crime ja fora cometido antes sem consequencias, simplismente pois o acaso me escolheu? Nao fiz nada alem do que o que me condenava essa sentenca havia feito, foi simplismente o acaso que me escolheu ao invés dele. Quando se faz uma merda, estamos sobre um risco de nos fuder, ele nao se fudeu e eu me fudi, tive que pagar insuportáveis consequencias, isso ja era claro, mas o que nao ficou claro é que a culpa que eu devo carregar alem das consequencias da merda, ele nao tem que carregar, sendo que fez a mesma merda. Será que ele acha isso normal? Será que ele acha isto justo?
- És o último que tens direito de me condenar, se meu tutor e meu exemplo fazem a merda, nao estava fazendo nada do que nao deveria fazer quando a repeti. Se deu errado, deu errado por forcas que sao incalculaveis, portanto nao posso ser responsabilizado por nao te-las calculado! - Ao tirar este protesto de sua mudez, percebi que tambem nao podia cometer tal acusacao pois, como ja disse, eu endeusava suas palavras simplismente pelo fato de que tinham de ser endeusadas, de que sempre foram endeusadas e de que era certo que fossem endeusadas. Nunca lhe perguntaram se ele queria assumir este posto, entao eu nao tinha o direito de acusá-lo também. Pobre menino, condenado a lideranca, a ordem e, depois, a decepcao de seus dicípulos, que também nao podiam ser julgados, mas tinham de ser.
-Se um dia herdas o meu trono, é por pena do filho teu.
- És o último que tens direito de me condenar, se meu tutor e meu exemplo fazem a merda, nao estava fazendo nada do que nao deveria fazer quando a repeti. Se deu errado, deu errado por forcas que sao incalculaveis, portanto nao posso ser responsabilizado por nao te-las calculado! - Ao tirar este protesto de sua mudez, percebi que tambem nao podia cometer tal acusacao pois, como ja disse, eu endeusava suas palavras simplismente pelo fato de que tinham de ser endeusadas, de que sempre foram endeusadas e de que era certo que fossem endeusadas. Nunca lhe perguntaram se ele queria assumir este posto, entao eu nao tinha o direito de acusá-lo também. Pobre menino, condenado a lideranca, a ordem e, depois, a decepcao de seus dicípulos, que também nao podiam ser julgados, mas tinham de ser.
-Se um dia herdas o meu trono, é por pena do filho teu.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Se leio o que escreves...
Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. Quando Pessoa escreveu isso, ele devia estar sentindo muuuito, nao devia existir uma explicacao para seu sentimento, e ao invés de usar o cliche de que nao da para explicar, de que nao cabe em palavras, ele jogou tudo o que ele sentia nesta frase. Sao 12 palavras que transferem tudo o que ele sentia para mim, me faz sentir tudo o que ja senti na vida junto e ainda vai me arrancar sangue em uma tatuagem(que por sua vez vai me arrancar o emprego).
Nao sei se minha suposicao ousada sobre a origem da minha frase favorita está certa, provavelmente nao. Nao sei nem se ele de fato sentia alguma coisa quando escreveu isso ou se ele suimplismente deixou o verde do campo mais verde na descricao do que no verde campo(1). O fato é que se leio o que escreves é porque assim acendo as chamas do meu sentir(2).
1-outro poema do fernando pessoa
2-Moleskine de Juliano
Nao sei se minha suposicao ousada sobre a origem da minha frase favorita está certa, provavelmente nao. Nao sei nem se ele de fato sentia alguma coisa quando escreveu isso ou se ele suimplismente deixou o verde do campo mais verde na descricao do que no verde campo(1). O fato é que se leio o que escreves é porque assim acendo as chamas do meu sentir(2).
1-outro poema do fernando pessoa
2-Moleskine de Juliano
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