Estávamos nós, os dois irmaos, juntos no comodo conversando, sofria de remorso e culpa do fundo da alma e debatia com o meu tutor, meu esclarecimento, meu exemplo e meu juiz: Meu irmao. Vacilou quando fizeste a merda, me acusava sem o menor filtro e sem a menor piedade com suas palavras, estas endeusadas por mim simplismente pelo fato de que tinham de ser, de que sempre foram e de que era certo que fossem, Agora aguenta isso ai, é o castigo do crime, prosseguiu e logo em seguida me deu um mero espaco para meu pensamento, que tambem era reprimido diante dos seus grandes olhos que fincávam os meus. O crime ja havia sido antes cometido por aquele que responde pelo Exemplo e pelo Juiz, porém as forcas do acaso nao lhe jogaram nenhuma punicao, ao contrário do meu caso, onde o azar fez de um ato, que ja fora inocentado, um crime.Aquilo já havia me causando sentimentos insuportáveis de culpa, de decepcao comigo mesmo, dores físicas e desconfortos interpessoais, mas eu ainda nao tinha sido responsabilizado também pelo azar, nao ainda, mas estava breve por vir, quando, ao recordar que meu tutor cometeu também o crime, protestei contra a acusacao de forma sutil, Merda mesma que ja fizestes tambem, porém tiveste sorte, e tive logo uma resposta também sutil, Mas nao me fudi. Mas nao me fudi, repeti para mim mesmo desviando meus olhos, quer dizer que, eu devia me sentir culpado e arrependido por cometer um crime ja fora cometido antes sem consequencias, simplismente pois o acaso me escolheu? Nao fiz nada alem do que o que me condenava essa sentenca havia feito, foi simplismente o acaso que me escolheu ao invés dele. Quando se faz uma merda, estamos sobre um risco de nos fuder, ele nao se fudeu e eu me fudi, tive que pagar insuportáveis consequencias, isso ja era claro, mas o que nao ficou claro é que a culpa que eu devo carregar alem das consequencias da merda, ele nao tem que carregar, sendo que fez a mesma merda. Será que ele acha isso normal? Será que ele acha isto justo?
- És o último que tens direito de me condenar, se meu tutor e meu exemplo fazem a merda, nao estava fazendo nada do que nao deveria fazer quando a repeti. Se deu errado, deu errado por forcas que sao incalculaveis, portanto nao posso ser responsabilizado por nao te-las calculado! - Ao tirar este protesto de sua mudez, percebi que tambem nao podia cometer tal acusacao pois, como ja disse, eu endeusava suas palavras simplismente pelo fato de que tinham de ser endeusadas, de que sempre foram endeusadas e de que era certo que fossem endeusadas. Nunca lhe perguntaram se ele queria assumir este posto, entao eu nao tinha o direito de acusá-lo também. Pobre menino, condenado a lideranca, a ordem e, depois, a decepcao de seus dicípulos, que também nao podiam ser julgados, mas tinham de ser.
-Se um dia herdas o meu trono, é por pena do filho teu.
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