Cuide de tua alma, mesmo pra poder desfrutar melhor o teu corpo. Mas não se esqueça de deleitar-se também nas imperfeições dela. E cuide de teu corpo, mesmo pra poder elevar mais tua alma. Mas não a eleve a ponto de perder os prazeres da carne.
domingo, 29 de janeiro de 2012
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Roterdam, o que foi digerível:
"Cai-vos uma pedra na cabeça? oh, isso sim é na realidade um mal. Mas a desonra a infâmia, a censura, as maldições só nos fazem mal quando queremos sentir: Desde que não pensemos nisso deixam de ser um mal."
"Como podem tratar de infelizes os meus loucos, sendo a loucura, como é, patrimônio universal da humanidade, e quando todos nascem, educam-se e se conformam com ela.sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
domingo, 8 de janeiro de 2012
Deixe tudo isso no canto
no chão
não são,
nem depois,
problemas importantes.
São sim avalanches
mas são de algodão.
Nem a foice
E nem o parto
devem ficar no centro do quarto
Lá ficamos só nós,
com as nossas histórias,
com nossos dedos se tocando.
Somos a escória
da ordem que está mudando
Somos os donos
do universo mais gostoso que tem
Estamos sós.
Estamos bem.
Pois,
nem depois,
algo importa além de nós dois.
Venta da direita pra esquerda e da esquerda pra direita, sem fazer barulho nenhum. Nem um mero ruido. Não é a serenidade, nem a calma, muito menos o contentamento. Não é nem o descontetamento, nem o desassossego, nem nada. É algo volumoso e oco.É um silêncio ensurdecedor, uma desmotivação que empalidece o dia e abafa as melodias. Enche o peito, mas enche de ar.
sábado, 7 de janeiro de 2012
O nosso certo
"A vida se resume a isso: beber, chegar em mulher e desmaiar no final." disse o Deco, bêbado, em nome de toda minha geração... Nada decadente.Não. Só mostra que a nossa diversão não é tão obviamente e intrinsecamente divertida assim, e só produto de uma época. Não precisamos segui-la. "Tais horrores na verdade não existiram. Um homem da Idade média condenaria totalmente nosso estilo de vida atual como algo muito mais cruel, terrível e bárbaro. Cada época, cada cultura, cada costume e tradição tem o seu próprio estilo, têm sua delicadeza e sua severidade, suas belezas e crueldades, aceitam seus sofrimentos como naturais, sofrem pacientemente certas desgraças. O verdadeiro sofrimento, o verdadeiro inferno da vida humana reside ali onde se chocam duas culturas ou duas religiões." O Lobo da Estepe, pra variar.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Mais um fim, mais um começo.
- Boa noite a todos. Senhoras e senhores, aqui jaz o futuro, bem onde jaziam os sonhos, as promessas, bem onde jaz a esperança. Já é tarde e é hora de enterrá-lo. Hoje ele se tornará um sonho, uma imaturidade. Na melhor das hipóteses, se tornará passado, lembrança, história. Deixemos agora, como manda a nossa tradição, que o novo futuro surja. E deixemos então, que esse futuro cresça e floresça em nosso presente para que, hora ou outra, morra de desgosto, como fazem os futuros... Mudaremos tudo em nome dele, ordenaremos que tudo corra em sua direção, daremos vidas pela vida dele, faremos dores pela vida dele, tudo isso para que, repentinamente, ele nos deixe. Mais quantos futuros teremos de aguentar? Será que teremos que criar e perder futuros até que o próprio futuro nos deixe para trás e nos assista enterrados? Que exaustivo: criar, alimentar e enterrar, até o nosso fim. E que ingratidão, dedicamos tudo à sobrevivência deles e eles morrem de desgosto. Do nada. Mas não podemos culpá-los, é da natureza do futuro a finitude e a impermanência. O que não é natural, porém, é que nós, também finitos e impermanentes, nos ocupemos de criar futuros como se fossemos eternos.
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