segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Mais um fim, mais um começo.
- Boa noite a todos. Senhoras e senhores, aqui jaz o futuro, bem onde jaziam os sonhos, as promessas, bem onde jaz a esperança. Já é tarde e é hora de enterrá-lo. Hoje ele se tornará um sonho, uma imaturidade. Na melhor das hipóteses, se tornará passado, lembrança, história. Deixemos agora, como manda a nossa tradição, que o novo futuro surja. E deixemos então, que esse futuro cresça e floresça em nosso presente para que, hora ou outra, morra de desgosto, como fazem os futuros... Mudaremos tudo em nome dele, ordenaremos que tudo corra em sua direção, daremos vidas pela vida dele, faremos dores pela vida dele, tudo isso para que, repentinamente, ele nos deixe. Mais quantos futuros teremos de aguentar? Será que teremos que criar e perder futuros até que o próprio futuro nos deixe para trás e nos assista enterrados? Que exaustivo: criar, alimentar e enterrar, até o nosso fim. E que ingratidão, dedicamos tudo à sobrevivência deles e eles morrem de desgosto. Do nada. Mas não podemos culpá-los, é da natureza do futuro a finitude e a impermanência. O que não é natural, porém, é que nós, também finitos e impermanentes, nos ocupemos de criar futuros como se fossemos eternos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cataclismático, indolente, perverso, sincero e salvador da pátria do covardes catadores de vitórias poeirentas e impalpáveis... Hehehehehe
ResponderExcluir