Desassenta então quem sou
Transparece toda a tristeza e desequilíbrio da vida
A desarmonia entre eu e outro,
Entre nós e o mundo,
O que se espera e o que é,
O que se é e o que se quer.
Por uma frase qualquer,
Desassenta-se tudo.
Desassossega, derruba, desnuda, degrada
Da voz ao silêncio
E o romance se engasga.
Desconforta e recorda,
Que a história nunca se fecha,
Que o mundo é de todos pra poucos,
De todos por si
De nada pra ti, além de você.
Vive na corda bamba,
No constante esforço pra ficar no presente
Desassenta-te dos devaneios,
Antes que o mundo se desassente
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
domingo, 25 de novembro de 2012
Compreensão particular do zazen.
Registro pra não perder essas raras e inexprimíveis compreensões do Darma que nos atacam de quando em vez.
Tudo se baseia nessa lógica:
Memória->Semântica->Ego
A realidade vai passando e o homem não a acompanha. O homem tenta reter o fluxo da realidade em memórias, conceitos, culpas, orgulhos e traumas e então para de compreende-la como de fato ela é- como algo contínuo, como um fluxo, impermanente- e vive no deficiente conflito entre a esperança e as expectativas e as respostas do universo, entre as opiniões e a verdade, entre a semântica e o significado. Para isso medita-se, "para chegar ao estado de não nascido", para por a mente de fato no instante, livre do passado e do futuro, ou seja, livre do Karma. Livrar-se dessas memórias é o mesmo que livrar-se do ego, pois o ego só é possível com essas memórias. Essa é apenas mais uma forma de orientar a meditação, mais um modelo incompleto de compreensão do mundo. Incompleto justamente porque é estático e não compreende o fluxo da realidade, e para isso medita-se, para livrar a mente da semântica.
Tudo se baseia nessa lógica:
Memória->Semântica->Ego
A realidade vai passando e o homem não a acompanha. O homem tenta reter o fluxo da realidade em memórias, conceitos, culpas, orgulhos e traumas e então para de compreende-la como de fato ela é- como algo contínuo, como um fluxo, impermanente- e vive no deficiente conflito entre a esperança e as expectativas e as respostas do universo, entre as opiniões e a verdade, entre a semântica e o significado. Para isso medita-se, "para chegar ao estado de não nascido", para por a mente de fato no instante, livre do passado e do futuro, ou seja, livre do Karma. Livrar-se dessas memórias é o mesmo que livrar-se do ego, pois o ego só é possível com essas memórias. Essa é apenas mais uma forma de orientar a meditação, mais um modelo incompleto de compreensão do mundo. Incompleto justamente porque é estático e não compreende o fluxo da realidade, e para isso medita-se, para livrar a mente da semântica.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
A arte não serve pra nada. Mas nada serve pra nada. A arte não serve pra nada e sabe disso. A arte se propõe a isso. A arte não é ponte pra nada, pra lugar nenhum, não é um caminho que se trilha, não é meio, a arte é fim. A arte é um fim em si mesma, é Zazen, é agora, por si e para si. Faz-se arte por fazer, aprecia-se arte por apreciar e compra-se arte por comprar. Não tente justificar a arte com algo fora da arte, isso já a fere. Aliás, não tente justificar a arte, a arte não é justificável.
Viva a arte pela arte.
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Sinta, sinta e sinta.
Não importa se vale, se é justo, se é burro ou se é lógico
Sinta e aproveite.
Aproveite pra ver tudo que te compõe,
Tudo que tu precisas.
Aproveita pra ver que nada tem sentido,
que tudo que embasa suas decisões é vazio.
Nenhuma palavra fala mais do que esses sentimentos silenciosos
E nenhuma decisão contemplará todos esses sentimentos.
Sinta e reconheça:
Não te controlas,
Não te compreendes,
Não te completas.
Não importa se vale, se é justo, se é burro ou se é lógico
Sinta e aproveite.
Aproveite pra ver tudo que te compõe,
Tudo que tu precisas.
Aproveita pra ver que nada tem sentido,
que tudo que embasa suas decisões é vazio.
Nenhuma palavra fala mais do que esses sentimentos silenciosos
E nenhuma decisão contemplará todos esses sentimentos.
Sinta e reconheça:
Não te controlas,
Não te compreendes,
Não te completas.
Uma dose de verdade, de crueldade e de solidão.
É porque não importa. Todo esse sofrimento, todo esse esforço, toda essa luta, todas essas queixas, todos esses humanos...Na verdade não importam, e a gente sabe disso. Racionalmente eu sei disso, tenho certeza que nada disso importa, mas a voz ignorante que nos dá importância, o ego, o eu, é muito sedutora, muito persuasiva, e continua por eras e eras manipulando e distorcendo a realidade em nome da solidão, do sofrimento e do pecado. Por algum motivo irracional, minhas carências parecem relevantes e, pior, particulares, únicas, o que não são. Por algum motivo irracional, minhas inseguranças parecem particulares, o que não são. Por algum motivo irracional, confio no meu tato quanto ao que virá da vida e continuo vivendo de "depois" e "amanhas", de ridículas esperanças. Por algum motivo irracional, deposito esperança na importância da vida, na harmonia do universo, na peculiaridade da minha existência, acredito no amor, em ideais, em ideias, na razão e na intuição, e vivo dessas crenças; Não só acredito no amor, como preciso dele. Não importa o tamanho da dose de verdade, no íntimo, sempre me convenço e me reconvenço que o amor está ali, que está lá, de que esteve aqui, que ele é isso e não aquilo, que era aquilo e não é isso, que ele resolve algo e que ele virá, e virá da forma que eu o penso.
Assinar:
Comentários (Atom)