Chovia no deserto na semana passada
Chovia tanto que doía o prazer da água descendo em minha pele seca.
Inundou toda minha alma,
Inundou-me a ponto de embriagar-me
E sorrindo eu me afogava, inocente em plena deixa
Ah, mas virado o domingo reacordo-me seco
O que dói agora é o Sol
Dói de verdade, não como o prazer das gotas
Resseca meus olhos e minha boca
E me dá uma tristeza no peito.
O sol queima, a sede teima,
O dia demora,
O céu azul apavora,
Não vejo uma nuvem sequer
O deserto já me rodeia de novo
A chuva era só miragem,
Ou foi sorte de uma noite só
O deserto é onipresente
É minha velha paisagem
Quantas sejam as viagens,
Sempre volto pra casa.
O deserto é dentro dagente,
O deserto sou eu
O deserto sou eu.
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