sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Lia de cabeca baixa, seus cabelos baguncados nao deixavam que o gordinho sentado ao seu lado no onibus lesse o texto tambem, mas nao era só o gordinho que queria lê-lo, seus solucos altos faziam todos virarem a cabeca e se perguntarem o que seria aquele texto que arrancara tantas lágrimas de um jóvem garot as seis da manha num domingo. O onibus estava naturalmente vazio, e estava preenchido pela depressao de domingo, expressa no silencio e na cara das pessoas, até que o garoto nao aguentou se segurar e permitiu que as lágrimas saissem de seus olhos e os solucos de sua garganta. No início as pessoas foram mais discretas, mas agora já estavam todas conversando sobre ele indiscretamente e especulando o que era aquele texto, se era uma carta, um exame médico ou outra coisa. Todos desesperados para sentir alguma coisa logo, naquele domingo normal, chuvoso e com a cidade ainda meio fraca decorrente da noite de sábado.

As palavras iam passando, o papael ia ficando molhado com as lágrimas caintes e chega. Ele da o sinal e desce do onibus, limpa seu rosto e joga o texto no lixo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário