Diz ó meu amor,
Se preciso de rima,
Se preciso de simetria,
Se não fogem aos padrões os poemas mais sinceros?
Da alma pro papel não surge a beleza
A beleza aqui é no espontâneo, não na forma
Não penso em prosa,
Tampouco em rimas.
Penso em poesias
Poesias mal cuidadas
Nascidas no inóspito, no selvagem.
No nó neuro-caótico,
Na coragem.
Da noite pro dia,
Dum segundo pro outro
Há sempre a poesia, que descreve a paisagem
Não vale a pena ver de fato?
Não são os mais completos retratos, os poemas mal cuidados?
E meu amor, pra que rimar-te
Se já são tão belos teus olhos,
Tua boca, tua pele, teu cheiro.
Se em rima vê-se exagero
Descuido pra mostrar a verdade
domingo, 13 de janeiro de 2013
sábado, 12 de janeiro de 2013
Reflexão leviana
Nada mudou, absolutamente nada. Do último instante a esse nada aconteceu de diferente no mundo. Mas o mundo todo mudou. Não sei bem onde e nem como, mas mudou. Não consigo considerar o mesmo mundo, mas insisto em considerar o mesmo eu. Um pensamento surgiu e pronto, o que era belo se deformou, o que era claro se confundiu, o que era justo se corrompeu. Aliás, um pensamento não, um instante de pensamentos, pois os pensamentos nunca estão sós, nossa mente é uma eterna avalanche de impressões e memórias. O mundo inteiro mudou, todas as pessoas que conheço mudaram, mas nada aconteceu nele. É porque o mundo não é feito de matéria, o mundo é feito de ideias, se o mundo fosse matéria, não existiria espaço para a verdade, para o conhecimento, para ser. O mundo são só as minhas ideias, e não existe sem elas, o tempo é o fluxo do meu pensamento e nada mais. Eu sou o tempo e sou o mundo, os criei e vivo neles, não devo me apegar a realidade como se fosse dada, como se ela tivesse algum poder sobre mim, ela não tem. Que me importam as ondas de som, que é a matéria dada? o que me importa é a música, e ela sou eu que crio com meus ouvidos, não há nada nas ondas capaz de me emocionar, o que me emociona são as minhas ideias a partir delas, e são puramente de minha autoria. Não há nada nos fonemas e nos símbolos que possa me ofender, o que me ofende não é a matéria, são as minhas ideias.
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
"O que fazer, do que fizeram de mim?"
E então te dizer, que você foi muito importante pra mim. E dizer a todos os loucos, todos os tristes e todos os perturbados, que escrevam, pois passa. E pois queria saber que escreveriam eles também. E que é engraçado saber do tanto que você valeu só agora, que eu meio que lutei contra essas ideias, mas que enfim assumi que estou fora de controle de mim. Não me domino, nem um pouco. O que experiencio me afeta de um jeito imprevisível e quase aleatório, não faço ideia do que vai ficar, do que vou esquecer, do que vai deixar cicatrizes, do que me faz bem, do que me faz mal. Desde quando me entendo por gente é assim.
Me conheço tão pouco, quanto conheço o universo, quanto conheço aos outros, e não conheço ninguém. Ninguém conhece a ninguém, e ninguém me conhece. Minha pequenice não é só perante ao universo e aos outros, mas perante a mim mesmo, a esse negócio, esse continum que chamo de eu, que destruo, altero e preservo a cada ação, a cada pensamento, a cada emoção que experiencio. Sou vítima dele e ele de mim. Sem dúvida uma maior compreensão entre nós seria saudável, mas quiçá isso é possível. Talvez já resolveria entender que não me entendo, que estou a mercê de uma máquina muito potente, muito poderosa e descontrolada, que é meu cérebro, e com esse entendimento suportar as emoções, as memórias e os desejos com mais paciência e lidar com a vida com mais humildade. Mas não sei. Não sei de nada, nem de mim e nem do mundo.
Me conheço tão pouco, quanto conheço o universo, quanto conheço aos outros, e não conheço ninguém. Ninguém conhece a ninguém, e ninguém me conhece. Minha pequenice não é só perante ao universo e aos outros, mas perante a mim mesmo, a esse negócio, esse continum que chamo de eu, que destruo, altero e preservo a cada ação, a cada pensamento, a cada emoção que experiencio. Sou vítima dele e ele de mim. Sem dúvida uma maior compreensão entre nós seria saudável, mas quiçá isso é possível. Talvez já resolveria entender que não me entendo, que estou a mercê de uma máquina muito potente, muito poderosa e descontrolada, que é meu cérebro, e com esse entendimento suportar as emoções, as memórias e os desejos com mais paciência e lidar com a vida com mais humildade. Mas não sei. Não sei de nada, nem de mim e nem do mundo.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
O Karma do Zé ninguém
Zé, para com isso, Zé! Força, reputação, competitividade, luta... Para com isso, Zé! Chega de tanto ego, chega de tanto orgulho, chega de cobranças de performance, de abafar fraquezas, de ignorar as dores, chega disso tudo. Zé, se há alguma luta, não é contra o mundo e nem contra o seu vizinho, a nossa luta é contra o sofrimento. E já faz mais de um século que se sabe que o sofrimento não se resolve sem admiti-lo, sem encará-lo. Relaxa, Zé, todos somos fracos, estamos todos desesperados perante o mundo e a vida, vamos lidar com isso juntos, com calma e sem rancor, com paciência e perseverança, essa é a força. Já faz milhares de anos que nos voltamos a uma competição imbecil entre as nações, as tribos e mesmo(ou principalmente) entre as famílias e os meios sociais que nos cercam, isso não vai levar em nada, leva apenas à ira, às guerras, às traições de família, aos assassinatos, ao bullying, aos suicídios, aos seriais killers. Leva só à frustração e à inimizade. Calma Zé, vamos lidar com esse sofrimento juntos, com compaixão, eu sei o tanto que você sofre, cara. E sei o quão urgente é pra você se livrar do sofrimento, pra nós todos também é assim, mas vamos fazer esse negócio direito pra não acabar provocando mais sofrimento, mais inimizade e deixar que a humanidade siga essa roda sem fim.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Senhora tristeza
Cada aflição tem a sua poesia.
Nem sempre se escreve
Mal se percebe
Mas o que sentes na pele
E não sabes dizer a ninguém
Quando algo acontece em teu peito,
E nada aconteceu no planeta,
Quando suspiras sozinho sem porque
Quando não entendes mais ser
Quando recrias teu universo sozinho
Quando falta carinho
Quando só lamentas
Quando não te sustentas
Sustentas uma poesia
Triste e terna poesia
Que me maltrata e me diverte,
Que me completa e me vicia,
Que me eleva e me afunda,
Como qualquer prazer.
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