Pro que fica, fica o papel, a tortura
Pra que vai, sobra o mundo,
Seus outros assuntos, que por desventura,
-Ou pela lei natural dos acasos-
Deixa um de sobra, em pensares profundos.
Ou devo chamar-lhes rasos?
Pois por mais que pareça desnudo
Esse sujeito "indefeso", desolado
Ainda vejo um fino escudo
Que resta sobre esse poeta, solitário.
E é dele que escreve,
E é dele que vive
É por ele que fica no papel,
E por ele permanece em declive.
"Os poetas turvam todas as águas para parecerem profundas"
Nada mais raso que o indivíduo, crendo-se sozinho
Que o egocentrismo, ainda mais despido de auto-estima.
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