terça-feira, 19 de junho de 2012

Reflexão arte, interpretação e autocrítica

Matutantes inspiradores: A arte cavalheiresca do arqueiro zen, oficina de teatro prática pública e entrevista do Lenine

A autocrítica é aquele momento em que o ego volta pra se afirmar, pra dizer que quem manda ali é ele, e que antes de ser qualquer coisa maior, você é aquele espaço determinado, delimitado, pensante, com uma reputação, com valores, com história. Um espaço distante dos outros e do resto do universo, distante da realidade, um espaço desconcentrado. A autocrítica deve sim existir, é essencial para a sociedade. Mas quando surge na arte, no amor ou nas experiencias espirituais(na religião ela é essencial, mas na oração, na meditação, na devoção e nos rituais, não), a autocrítica estraga tudo.Um ator não pode ter um lapso de autocrítica durante a atuação, um poeta não pode ter um lapso de autocrítica enquanto declama, um arqueiro não pode nem lembrar-se de si enquanto atira. A autocrítica retrai o músico ao seu ego, diminui o significado da arte e do conjunto com que toca para ele e o leva a má "interpretação"(com todo o peso da palavra) da música. Chego a dizer que nem um político pode se autocriticar enquanto discursa, o que não quer dizer que ele não possa desdizer algo, arrepender-se o corrigir-se posteriormente, o que quer dizer é que ele deve se livrar de suas questões e dúvidas internas e assumir o que diz como algo maior do que si. Isso é a concentração. Um exemplo mais esdruxulo é o tanto que a autocrítica arruína a performance de um sujeito(bem intencionado ou não), ao chegar em uma mulher.


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