Porque insistes-me em abandonar tudo que faço para fazer-te, escrita?
Mesmo que nada tenho a dizer,
que nada penso em especial
Seduz-me e impulsionas-me a criar meios para fazer-te.
Há, de fato, algo para ser libertado, mas ainda hei de absorver algo para consolidá-lo
E então libertá-lo.
Pois um escravo não se liberta sozinho.
Há de fato milhares de angustias inominadas, de choros reprimidos, que precisam livrar-se de mim
E eu me livrar deles,
Pois a escravidão é mútua:
Do homem ao dinheiro e do dinheiro ao homem,
Do filósofo à sabedoria e da sabedoria ao filósofo.
Do Eu às dores, das dores ao Eu
O que de fato resolveria tudo não é a liberdade,
Minhas dores não vêm de sentimentos abafados pela minha mente,
Mas sim da guerra entre os sentimentos e a mente.
Não escrevo para libertar, pois nada nunca é liberto nesse meu ritual.
Mas sim para registrar-me, analisar-me e apaziguar-me.
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