quarta-feira, 13 de junho de 2012

Reflexões super-homem e auto-crítica.

Confundes a paciência com a quietude, com a passividade, confundes o esforço e a motivação com o desespero, confundes a confiança com a vaidade e a humildade com a baixa auto-estima. Confundes o desapego e a alegria com a indiferença, confundes o amor com a castidade e depois, quando superas isso, confundes o amor com o prazer. Confundes os meios com os fins: a razão com a verdade e os ensinamentos com regras. Confundes a devoção com a obrigação e a privação e depois, quando superas isso, confundes o hedonismo com a liberdade. Confundes a euforia com a felicidade, a preguiça com a serenidade e a ira com a paixão.

É por isso que não te sustentas, não consegues não distorcer a virtude e a sabedoria, sempre desces ao ponto mais confortável, onde teu ego é massageado e não tens que assumir-te. É por isso que corre atrás de líderes, sábios e Deuses, de regras de conduta, de leis morais. Queres um professor pra vida ao invés de guiá-la por si. Temes a liberdade, a autonomia e a independência, preferes a estabilidade, a homogeneidade e a ordem. Tantos dos teus ídolos já te disseram... E fizeste justamente o que não devias: Idolatrou-os ao invés de sustentar-te. Platão(torna-te quem tu és), Kant(Aufklärung), Sêneca(I am as big as God and God is as small as I am), Nietsche( o Übermensch) e até o Jim Morrison, quando foi perguntado sobre o fato de ter se tornado um ícone e ganhar milhares de fãs, disse: "As pessoas não estão entendendo, eu quero é que elas sejam livres".

É por isso que permaneces um Zé Ninguém, um Untermensch.


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