Diz que o silêncio diz muito.
Diz que o silêncio diz o indizível
Diz que o silêncio conforta
Diz que o silêncio acalma
Meu bem,
O silêncio apavora
O silêncio demora
O silêncio é uma farsa
O silêncio não diz nada.
Daqui você é tão linda,
Tão linda calada,
Tão misteriosa.
Dê-me tua prosa,
Por pouca que seja,
Que ela conforta
Reduz a incerteza
Desapavora
Que pensas meu bem?
Não pensas em nada.
Seu silêncio soa sereno, sadio, sensato
Eu devia dizê-lo também,
Mas meu bem,
O silêncio é um fardo.
Diz-me mais um pouco
Pra que eu fique calado
Pra que eu sinta o sereno
Pra que eu diga o indizível
Pois o silêncio que diz
É o silêncio sincero, descansado, seguro.
Diz-me mais um pouco
Pro meu silêncio ser puro.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Dorian Gray 1
"O artista é o criador de coisas belas.
O objectivo da arte é revelar a arte e ocultar o artista.
O crítico é aquele que sabe traduzir de outro modo para um novo material a sua impressão de coisas belas.
A mais elevada, tal como a mais rasteira, forma de crítica é um modo de autobiografia.
Os que encontram significações torpes nas coisas belas são corruptos sem sedução, o que é um defeito.
Os que encontram significações belas nas coisas belas são os ocultos: para esses há esperança.
Eleitos são aqueles para quem as coisas belas apenas significam Beleza.
Um livro moral ou imoral é coisa que não existe. Os livros são bem escritos, ou mal escritos. E é tudo.
A aversão do século XIX pelo Realismo é a fúria de Caliban ao ver a sua cara no espelho.
A vida moral do homem faz parte dos temas tratados pelo artista, mas a moralidade da arte consiste no uso perfeito de um meio imperfeito. Nenhum artista quer demonstrar coisa alguma. Até as verdades podem ser demonstradas.
Nenhum artista tem simpatias éticas. Uma simpatia ética num artista é um maneirismo de estilo imperdoável.
O artista nunca é mórbido. O artista pode exprimir tudo.
O pensamento e a linguagem são para o artista instrumentos de arte.
O vício e a virtude são para o artista matérias de arte.
Sob o ponto de vista da forma, a arte do músico é o modelo de todas as artes. Sob o ponto de vista do sentimento, é a profissão de actor o modelo.
Toda a arte é, ao mesmo tempo, superfície e símbolo. Os que penetram para além da superfície, fazem-no a expensas suas. Os que lêem o símbolo, fazem-no a expensas suas.
O que a arte realmente espelha é o espectador, não a vida.
A diversidade de opiniões sobre uma obra de arte revela que a obra é nova, complexa e vital.
Quando os críticos divergem, o artista está em consonância consigo mesmo.
Podemos perdoar a um homem que faça alguma coisa útil, conquanto que não a admire. A única justificação para uma coisa inútil é que ela seja profundamente admirada.
Toda a arte é completamente inútil."
Oscar Wilde
domingo, 9 de dezembro de 2012
Diavadio
Terno domingo,
Silencio vazio
Triste sorriso
Longo suspiro
Senhor da espera
Senhor da taberna
Paz na terra e vida eterna
E morte em vida
Fúnebre preguiça
Frívolas horas
Doce desperdício
Ser é sacrifício e pensar é ofício
E pensar demora
Demora pra caralho
Terno e vadio,
Domingo é grisalho.
Ouço o som do pecado,
Da culpa e da tristeza,
Ouço harmonia e beleza
E ouço a ironia do planeta
Vejo a morte chegando sorrindo e espero
Deixe ela chegar mais perto
E deixe o domingo seguir terno
http://www.youtube.com/watch?v=YuM3SteeAgY
Silencio vazio
Triste sorriso
Longo suspiro
Senhor da espera
Senhor da taberna
Paz na terra e vida eterna
E morte em vida
Fúnebre preguiça
Frívolas horas
Doce desperdício
Ser é sacrifício e pensar é ofício
E pensar demora
Demora pra caralho
Terno e vadio,
Domingo é grisalho.
Ouço o som do pecado,
Da culpa e da tristeza,
Ouço harmonia e beleza
E ouço a ironia do planeta
Vejo a morte chegando sorrindo e espero
Deixe ela chegar mais perto
E deixe o domingo seguir terno
http://www.youtube.com/watch?v=YuM3SteeAgY
Sem lenço, sem documento, sem direção.
Me mataram.
Há alguns meses me mataram
E agora vivo feito morto
Vago inerte por ai
Entre o absurdo dos vivos
Entre o vazio dos versos
Me tornei a parte do universo
Me tornei carta branca
Nada sei e nada quero
Nada levo a sério
Sou um morto sem cemitério
Um estrangeiro neste plano
Um estranho entre os humanos
Entre as paixões o os jogos sociais
Deixei a vida para traz
Por não tê-la compreendido
Porque tanto faz
Porque somos todos Sísifo.
Há alguns meses me mataram
E agora vivo feito morto
Vago inerte por ai
Entre o absurdo dos vivos
Entre o vazio dos versos
Me tornei a parte do universo
Me tornei carta branca
Nada sei e nada quero
Nada levo a sério
Sou um morto sem cemitério
Um estrangeiro neste plano
Um estranho entre os humanos
Entre as paixões o os jogos sociais
Deixei a vida para traz
Por não tê-la compreendido
Porque tanto faz
Porque somos todos Sísifo.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Você vale um tanto
que não vinga redizer
Redemonstrar, Recair.
Não valho pouco assim
Me retenho em descrição, em serenidade forjada,
Sou quase um fugitivo e minha cabeça não vale nada.
Porém,
Por entre os tragos de cigarro e os goles de café
Meio ao descompasso das noites mal dormidas,
Meio à memória e à baixo auto-estima
Vingam enfim, mas por poucos segundos,
Os meus insanos olhares,
Os meus tristes suspiros,
O medo,
O conflito
Para que então revejas, relembres, repares
Te desejo um tanto que não vales.
Ninguém vale tanto assim.
Vejo todo movimento teu em meus olhares de lado,
Sinto toda a sua espontaneidade, enquanto me retenho calmo
Não sei se és ingenua ou indiferente,
Se és tão segura ou se também és fugitiva,
Mas de que vale os meus escudos
Meio a tantas recaídas?
E ela nem vale tanto assim
Reafirmo a todo instante,
Mas no segundo em que me distraio
Assim que a loucura fala mais alto
Sinto de novo o arrepio,
Tremo,
Suspiro,
Revivo toda a tensão
Todo o conflito.
Toda a enrascada
Aqui não valho quase nada.
Sinto um desconforto,
Um gosto amargo,
É melhor me recompor
É melhor dar outro trago.
Ela não vale tanto assim.
Ninguém vale tanto assim.
que não vinga redizer
Redemonstrar, Recair.
Não valho pouco assim
Me retenho em descrição, em serenidade forjada,
Sou quase um fugitivo e minha cabeça não vale nada.
Porém,
Por entre os tragos de cigarro e os goles de café
Meio ao descompasso das noites mal dormidas,
Meio à memória e à baixo auto-estima
Vingam enfim, mas por poucos segundos,
Os meus insanos olhares,
Os meus tristes suspiros,
O medo,
O conflito
Para que então revejas, relembres, repares
Te desejo um tanto que não vales.
Ninguém vale tanto assim.
Vejo todo movimento teu em meus olhares de lado,
Sinto toda a sua espontaneidade, enquanto me retenho calmo
Não sei se és ingenua ou indiferente,
Se és tão segura ou se também és fugitiva,
Mas de que vale os meus escudos
Meio a tantas recaídas?
E ela nem vale tanto assim
Reafirmo a todo instante,
Mas no segundo em que me distraio
Assim que a loucura fala mais alto
Sinto de novo o arrepio,
Tremo,
Suspiro,
Revivo toda a tensão
Todo o conflito.
Toda a enrascada
Aqui não valho quase nada.
Sinto um desconforto,
Um gosto amargo,
É melhor me recompor
É melhor dar outro trago.
Ela não vale tanto assim.
Ninguém vale tanto assim.
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Sobre a concentração.
Pow, é o lapso de consciência de novo. É engraçado como de repente retomo a consciência de mm, consciencia da minha consciência, da minha própria existência e da minha existência separada da existência do resto do mundo. Vou vendo um filme, me entretenho, fico aflito, feliz, assustado e outras coisas com o decorrer do filme e de repente, POW. Percebo a distância, ou melhor, invento a distância entre eu e o filme, entre sujeito e objeto, crio um muro, uma represa entre o universo externo e o meu universo, chamo-me de eu, eu necessariamente diferente do filme, do protagonista, do diretor, de todo o resto do universo. Me percebo e rio, e logo em seguida, tento concentrar-me, esquecer-me para ver o filme.
Me lembrei rapidamente de "Penso, logo existo", frase chave do estilo de vida ocidental moderno, onde o indivíduo está acima de tudo e de todos, a "pirmeira verdade". "Penso" já está conjugado com o pronome eu. A existência pressupõe um "eu penso", "eu tomo consciência de mim, da minha existência" posso estar sonhando, posso estar alucinado, posso estar sendo enganado, mas é inegável que eu, consciente de mim, existo. As condições necessárias para minha existência são que EU(primeira condição) PENSO(segunda condição). Por isso que a concentração extrema, que dissipa os muros entre as realidades externa e interna, que reconhece o vazio do ego, que se livra dos conceitos estáticos(pensamento) e aceita a realidade como um fluxo impermanente e sem forma, leva ao "estado de não nascido", por isso que nos liberta do ciclo do karma. Por isso também, que, como dizem as más línguas, meditar é parar(ou tentar parar) de pensar, ou seja, parar de existir, parar de perceber-se. Vemos isso claramente na frase"Conhecer-te a ti mesmo é esquecer-te a ti mesmo"
Me lembrei rapidamente de "Penso, logo existo", frase chave do estilo de vida ocidental moderno, onde o indivíduo está acima de tudo e de todos, a "pirmeira verdade". "Penso" já está conjugado com o pronome eu. A existência pressupõe um "eu penso", "eu tomo consciência de mim, da minha existência" posso estar sonhando, posso estar alucinado, posso estar sendo enganado, mas é inegável que eu, consciente de mim, existo. As condições necessárias para minha existência são que EU(primeira condição) PENSO(segunda condição). Por isso que a concentração extrema, que dissipa os muros entre as realidades externa e interna, que reconhece o vazio do ego, que se livra dos conceitos estáticos(pensamento) e aceita a realidade como um fluxo impermanente e sem forma, leva ao "estado de não nascido", por isso que nos liberta do ciclo do karma. Por isso também, que, como dizem as más línguas, meditar é parar(ou tentar parar) de pensar, ou seja, parar de existir, parar de perceber-se. Vemos isso claramente na frase"Conhecer-te a ti mesmo é esquecer-te a ti mesmo"
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Zazen e Peter Gast
Desassenta então quem sou
Transparece toda a tristeza e desequilíbrio da vida
A desarmonia entre eu e outro,
Entre nós e o mundo,
O que se espera e o que é,
O que se é e o que se quer.
Por uma frase qualquer,
Desassenta-se tudo.
Desassossega, derruba, desnuda, degrada
Da voz ao silêncio
E o romance se engasga.
Desconforta e recorda,
Que a história nunca se fecha,
Que o mundo é de todos pra poucos,
De todos por si
De nada pra ti, além de você.
Vive na corda bamba,
No constante esforço pra ficar no presente
Desassenta-te dos devaneios,
Antes que o mundo se desassente
Transparece toda a tristeza e desequilíbrio da vida
A desarmonia entre eu e outro,
Entre nós e o mundo,
O que se espera e o que é,
O que se é e o que se quer.
Por uma frase qualquer,
Desassenta-se tudo.
Desassossega, derruba, desnuda, degrada
Da voz ao silêncio
E o romance se engasga.
Desconforta e recorda,
Que a história nunca se fecha,
Que o mundo é de todos pra poucos,
De todos por si
De nada pra ti, além de você.
Vive na corda bamba,
No constante esforço pra ficar no presente
Desassenta-te dos devaneios,
Antes que o mundo se desassente
domingo, 25 de novembro de 2012
Compreensão particular do zazen.
Registro pra não perder essas raras e inexprimíveis compreensões do Darma que nos atacam de quando em vez.
Tudo se baseia nessa lógica:
Memória->Semântica->Ego
A realidade vai passando e o homem não a acompanha. O homem tenta reter o fluxo da realidade em memórias, conceitos, culpas, orgulhos e traumas e então para de compreende-la como de fato ela é- como algo contínuo, como um fluxo, impermanente- e vive no deficiente conflito entre a esperança e as expectativas e as respostas do universo, entre as opiniões e a verdade, entre a semântica e o significado. Para isso medita-se, "para chegar ao estado de não nascido", para por a mente de fato no instante, livre do passado e do futuro, ou seja, livre do Karma. Livrar-se dessas memórias é o mesmo que livrar-se do ego, pois o ego só é possível com essas memórias. Essa é apenas mais uma forma de orientar a meditação, mais um modelo incompleto de compreensão do mundo. Incompleto justamente porque é estático e não compreende o fluxo da realidade, e para isso medita-se, para livrar a mente da semântica.
Tudo se baseia nessa lógica:
Memória->Semântica->Ego
A realidade vai passando e o homem não a acompanha. O homem tenta reter o fluxo da realidade em memórias, conceitos, culpas, orgulhos e traumas e então para de compreende-la como de fato ela é- como algo contínuo, como um fluxo, impermanente- e vive no deficiente conflito entre a esperança e as expectativas e as respostas do universo, entre as opiniões e a verdade, entre a semântica e o significado. Para isso medita-se, "para chegar ao estado de não nascido", para por a mente de fato no instante, livre do passado e do futuro, ou seja, livre do Karma. Livrar-se dessas memórias é o mesmo que livrar-se do ego, pois o ego só é possível com essas memórias. Essa é apenas mais uma forma de orientar a meditação, mais um modelo incompleto de compreensão do mundo. Incompleto justamente porque é estático e não compreende o fluxo da realidade, e para isso medita-se, para livrar a mente da semântica.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
A arte não serve pra nada. Mas nada serve pra nada. A arte não serve pra nada e sabe disso. A arte se propõe a isso. A arte não é ponte pra nada, pra lugar nenhum, não é um caminho que se trilha, não é meio, a arte é fim. A arte é um fim em si mesma, é Zazen, é agora, por si e para si. Faz-se arte por fazer, aprecia-se arte por apreciar e compra-se arte por comprar. Não tente justificar a arte com algo fora da arte, isso já a fere. Aliás, não tente justificar a arte, a arte não é justificável.
Viva a arte pela arte.
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Sinta, sinta e sinta.
Não importa se vale, se é justo, se é burro ou se é lógico
Sinta e aproveite.
Aproveite pra ver tudo que te compõe,
Tudo que tu precisas.
Aproveita pra ver que nada tem sentido,
que tudo que embasa suas decisões é vazio.
Nenhuma palavra fala mais do que esses sentimentos silenciosos
E nenhuma decisão contemplará todos esses sentimentos.
Sinta e reconheça:
Não te controlas,
Não te compreendes,
Não te completas.
Não importa se vale, se é justo, se é burro ou se é lógico
Sinta e aproveite.
Aproveite pra ver tudo que te compõe,
Tudo que tu precisas.
Aproveita pra ver que nada tem sentido,
que tudo que embasa suas decisões é vazio.
Nenhuma palavra fala mais do que esses sentimentos silenciosos
E nenhuma decisão contemplará todos esses sentimentos.
Sinta e reconheça:
Não te controlas,
Não te compreendes,
Não te completas.
Uma dose de verdade, de crueldade e de solidão.
É porque não importa. Todo esse sofrimento, todo esse esforço, toda essa luta, todas essas queixas, todos esses humanos...Na verdade não importam, e a gente sabe disso. Racionalmente eu sei disso, tenho certeza que nada disso importa, mas a voz ignorante que nos dá importância, o ego, o eu, é muito sedutora, muito persuasiva, e continua por eras e eras manipulando e distorcendo a realidade em nome da solidão, do sofrimento e do pecado. Por algum motivo irracional, minhas carências parecem relevantes e, pior, particulares, únicas, o que não são. Por algum motivo irracional, minhas inseguranças parecem particulares, o que não são. Por algum motivo irracional, confio no meu tato quanto ao que virá da vida e continuo vivendo de "depois" e "amanhas", de ridículas esperanças. Por algum motivo irracional, deposito esperança na importância da vida, na harmonia do universo, na peculiaridade da minha existência, acredito no amor, em ideais, em ideias, na razão e na intuição, e vivo dessas crenças; Não só acredito no amor, como preciso dele. Não importa o tamanho da dose de verdade, no íntimo, sempre me convenço e me reconvenço que o amor está ali, que está lá, de que esteve aqui, que ele é isso e não aquilo, que era aquilo e não é isso, que ele resolve algo e que ele virá, e virá da forma que eu o penso.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Saudades da Cura, (poema antingo)
Cura
Corre, lê, coma e fale
Corre, lê, coma e fale
Saia, beije, beba e esqueça
Ame e deixe ser,
Ame e se ignore,
Pare. Não pense.
Escreva pra passar.
Corra e veja o o Sol
Sem se ver ao ver
Finge que te entende,
Sente o anoitecer
Pare. Não pense.
Fume por fumar
Foda por foder.
Pare. Não pense
Não se esqueça:
Não te deixa crer.
"Você tem seus princípios, metas e valores muito sólidos. E isso é bom pra você. A satisfação e a felicidade são muito mais tangíveis, seu comportamento é muito mais coerente e suas ações são muito mais eficientes. Mas eu pertenço à classe dos incertos, dos instáveis, dos insatisfeitos, dos céticos. Fico pairando entre diferentes doutrinas, correntes e crenças, mas não sou leal a nenhuma e não me satisfaço em nenhuma. Não sei o que procuro, nunca procuro uma mesma coisa por muito tempo. Procuro me manter sempre procurando, só vivo entre perguntas e não me dou bem com respostas. A meu ver, respostas são sempre grosseiras, autoritárias e sempre escondem a verdade. Responder a uma pergunta é estagnar o pensamento, é proibir e censurar a divagação, é blasfêmia para com a verdade- que jamais se encaixará em uma resposta - e é violência com o pensador. "
Modernos fracos.
Segue o dia rouco
Aspirante a sozinho
Solavanco de destinos
Entraves da correnteza
Sem delicadeza,
Prega o homem sóbrio no chão
E a arte não arde mais,
O amor não grita.
Ninguém é protagonista.
Ninguém se importa.
Ninguém se agita,
A alma treme e tenta fugir.
A alma grita, a alma chora
Mas segue o dia rouco em sua demora.
Em seu cinismo.
Desnuda os homens em seu nilismo.
Desnuda tudo
E ri do suicídio.
Preciso de uma mãe.
Aspirante a sozinho
Solavanco de destinos
Entraves da correnteza
Sem delicadeza,
Prega o homem sóbrio no chão
E a arte não arde mais,
O amor não grita.
Ninguém é protagonista.
Ninguém se importa.
Ninguém se agita,
A alma treme e tenta fugir.
A alma grita, a alma chora
Mas segue o dia rouco em sua demora.
Em seu cinismo.
Desnuda os homens em seu nilismo.
Desnuda tudo
E ri do suicídio.
Preciso de uma mãe.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Devaneios levianos
Não que eu valorize a discussão capitalismo X socialismo, são só reflexões levianas a respeito das diferentes desigualdades e das relações entre elas.
A desigualdade material das sociedades capitalistas, acaba por provocar outras desigualdades imprevistas, que acabam por destruir toda a noção de justiça e democracia que respaldam esse sistemas. O capitalismo não é injusto só pela farsa da meritocracia e pela desigualdade material, mas porque a desigualdade material leva à desigualdade jurídica, leva a desigualdade de oportunidades(imobilidade social), leva a desigualdade da capacidade de vocalização e manifestação de interesses, a desigualdade do acesso e distribuição de informação... O estado é engolido pelos interesses privados e acaba governando pra uns, promovendo a liberdade de uns e se esquecendo da maioria da população, que por ser pobre materialmente, perde seus direitos e os seus interesses e necessidades perdem seu valor na sociedade. Então toda a justiça, liberdade e democracia prometidos por esse sistema acabam sendo destruídos em seu próprio desenvolvimento.
A desigualdade material das sociedades capitalistas, acaba por provocar outras desigualdades imprevistas, que acabam por destruir toda a noção de justiça e democracia que respaldam esse sistemas. O capitalismo não é injusto só pela farsa da meritocracia e pela desigualdade material, mas porque a desigualdade material leva à desigualdade jurídica, leva a desigualdade de oportunidades(imobilidade social), leva a desigualdade da capacidade de vocalização e manifestação de interesses, a desigualdade do acesso e distribuição de informação... O estado é engolido pelos interesses privados e acaba governando pra uns, promovendo a liberdade de uns e se esquecendo da maioria da população, que por ser pobre materialmente, perde seus direitos e os seus interesses e necessidades perdem seu valor na sociedade. Então toda a justiça, liberdade e democracia prometidos por esse sistema acabam sendo destruídos em seu próprio desenvolvimento.
A desigualdade de direitos(à informação; de ir e vir, de expressão e etc.) existente na sociedade socialista(entre os governantes e os governados) acaba por promover a desigualdade material nessa sociedade, o que já destrói tudo o que essas sociedades pretendem construir.
E assim as sociedades vão se destruindo, seus sistemas vão se mostrando cada vez mais hipócritas e ineficientes e as ideologias vão se tornando farsas cada vez mais evidentes. Vemos uma democracia com financiamento privado de campanhas, com os governos submetidos a Wall Street, a expressão, vocalização e manifestação dos cidadãos submetida aos poucos monopólios das mídias e a mídia em uma liberdade delimitada por seus patrocinadores. Isso sem contar o que acontece extra-oficialmente, e acontece muito, como a compra de votos, de lideranças, de alianças partidárias e etc. Do outro lado vemos o socialismo de Cuba repleto de mansões à beira das praias, vemos a herança latifundiária da Alemanha oriental e a imensa desigualdade social russa.
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Nitimur in vetitum!
"A filosofia, como a compreendi e vivi até agora, é vida voluntária no meio do gelo e nas altas montanhas- é a busca de tudo que é estranho e duvidoso na existência de tudo que foi até agora proscrito pela moral.(...) Cada conquista, cada passo em frente ao conhecimento é consequencia da coragem, da dureza consigo mesmo da limpeza para consigo... "
Ecce Homo
Ecce Homo
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Fodasse-nilismo-preguiça-cansasso
Terminei de mijar. Dei descarga. A água subiu. É, o vaso ta entupido. Vou escovar os dentes. Olho minha cara de sono, de cansaço, de preguiça e de desmotivação no espelho. É, no momento sou tudo isso: cansado, preguiçoso e desmotivado. Tenho preguiça de acordar e levar o dia, tudo me parece inútil e sem sentido e tudo me parece vão. Acreditar em algo a ponto de se esforçar é na verdade demasiado esforço para acreditar em algo, é tingir radicalmente nossa realidade de ilusões e esperanças, é mascarar nossa insignificância. Olho pro vaso e vejo a água quase transbordando. Fecho a tampa. Olho no espelho denovo e percebo o que eu fiz: "fecho a tampa, problema resolvido." penso. Sorrio, "sensacional", penso. É isso que tenho feito com os meus problemas, fecho a tampa dos vasos entupidos em que se encontram e eles não me incomodam mais. Não existem mais. Aquele vaso ali com a tampa fechada não me diz nada, não me provoca nada, não me preocupa em nada, simplismente fecho, deixo que se foda até que seja inevitável tomar uma povidência e vou fazer o que realmente preciso e quero: Dormir. O resto é indiferente.
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Ninguém é comum
Todos somos privilegiados, todos temos uma existência única e vital, todos temos nossas prioridades, nossos medos, nossas frustrações. Todos nós nos diferimos da multidão, caminhamos com nossos próprios passos, pensamos com nossas próprias e singulares cabeças. Todos nós somos inéditos e trazemos conosco algo de inédito ao mundo. Todos somos indispensáveis. Todos somos comuns.
"De perto, ninguém é normal"
Peter Gast:
http://www.youtube.com/watch?v=JYkfkEJEKeg&feature=related
"De perto, ninguém é normal"
Peter Gast:
http://www.youtube.com/watch?v=JYkfkEJEKeg&feature=related
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Autismo prazeroso
Solidão que tanto me encanta,
Que canto, que dança
Que tenhas sempre teu tempo no dia
Ter-te é liberdade, é vida
Ter-te é humano
E desumano é ignorar-te
Solidão, que brilho, que arte,
Que tanto temem em ti,
A mais humana das deusas
A mais viva das horas
A mais sincera conversa
A mais intensa existência?
Que tanto temem em ti,
O maior passo de um homem,
A maior força que se ergue,
O mais alto dos estados
A mais livre circunstância?
Anárquica, anômala, interna, intensa e serena,
Como a liberdade deve ser.
Que canto, que dança
Que tenhas sempre teu tempo no dia
Ter-te é liberdade, é vida
Ter-te é humano
E desumano é ignorar-te
Solidão, que brilho, que arte,
Que tanto temem em ti,
A mais humana das deusas
A mais viva das horas
A mais sincera conversa
A mais intensa existência?
Que tanto temem em ti,
O maior passo de um homem,
A maior força que se ergue,
O mais alto dos estados
A mais livre circunstância?
Anárquica, anômala, interna, intensa e serena,
Como a liberdade deve ser.
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Liberdade, fuga e desapego.
"De minhas alturas contemplo as pequenas nações
E elas viram cinzas aos meus pés
Com calma passeio pelas nuvens
São agradáveis as planuras do meu repouso"
Lodin
"É por causa da ausência de um homem que existem tantos homens"
Thoreau Sobre as nações
E elas viram cinzas aos meus pés
Com calma passeio pelas nuvens
São agradáveis as planuras do meu repouso"
Lodin
"É por causa da ausência de um homem que existem tantos homens"
Thoreau Sobre as nações
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Neal Cassady
O mais sábio, o mais belo e o mais vivo dos seres é o louco. Tente compreender o mundo ao menos ao ponto onde torna-te um louco, um ser jogado ao instante, ao inusitado, ao absurdo, um ser forte em suas convicções, por mais perturbantes e não quistas que sejam. Me rodeio só de loucos, pois os admiro. Não consigo entender o mesmo mundo que eles, não consigo entender tanta ação, tanta incorporação de verdaes... Os loucos, como diz Kerouac," só queimam, queimam, queimam, queimam", nunca param, não caem, não refletem, não planejam, não temem, só queimam. Não temem, nunca temem, assumem todos os riscos, têm o acaso como senhor de seu tempo, e depositam todos os seus esforços no que fazem, seja lá o que for, seja comer uma mulher ou escrever um livro, fazem aquilo como se só aquilo importasse. Não tomam cautelas, não se amam tanto assim, amam só o que desejam e creem, e assim queimam até o fim. "queimam, queimam, queimam...."
domingo, 1 de julho de 2012
Há questões que são muito particulares - que se embasam muita na minha própria lógica interna, nas minhas singulares experiências espirituais, entorpecidas, no meu particular histórico de reflexões, leituras, filmes e músicas - para serem compartilhadas. O que sustenta uma conversa com o outro é o que nós temos em comum com ele. Somos nós que criamos o sentido de uma conversa, a coerência e a coesão, não há nada naqueles fonemas que tenha algum sentido em si, é o passado em comum e a memória que possibilitam o sentido de uma frase e de um texto. Assim, quando passamos a ter mais experiências internas do que externas, ou quando uma experiência é mais marcada pelo seu universo individual do que pelo universo coletivo- por meio de drogas, músicas, reflexões e espiritualidade- perdemos o elo que nos conecta com o outro, o passado em comum e os acordos tácitos que sustentam qualquer conversa. Então o silêncio passa a ser mais conveniente, há questões que são particulares demais pra serem compartilhadas. Se compartilhadas, são só por meio da arte.
terça-feira, 19 de junho de 2012
Reflexão arte, interpretação e autocrítica
Matutantes inspiradores: A arte cavalheiresca do arqueiro zen, oficina de teatro prática pública e entrevista do Lenine
A autocrítica é aquele momento em que o ego volta pra se afirmar, pra dizer que quem manda ali é ele, e que antes de ser qualquer coisa maior, você é aquele espaço determinado, delimitado, pensante, com uma reputação, com valores, com história. Um espaço distante dos outros e do resto do universo, distante da realidade, um espaço desconcentrado. A autocrítica deve sim existir, é essencial para a sociedade. Mas quando surge na arte, no amor ou nas experiencias espirituais(na religião ela é essencial, mas na oração, na meditação, na devoção e nos rituais, não), a autocrítica estraga tudo.Um ator não pode ter um lapso de autocrítica durante a atuação, um poeta não pode ter um lapso de autocrítica enquanto declama, um arqueiro não pode nem lembrar-se de si enquanto atira. A autocrítica retrai o músico ao seu ego, diminui o significado da arte e do conjunto com que toca para ele e o leva a má "interpretação"(com todo o peso da palavra) da música. Chego a dizer que nem um político pode se autocriticar enquanto discursa, o que não quer dizer que ele não possa desdizer algo, arrepender-se o corrigir-se posteriormente, o que quer dizer é que ele deve se livrar de suas questões e dúvidas internas e assumir o que diz como algo maior do que si. Isso é a concentração. Um exemplo mais esdruxulo é o tanto que a autocrítica arruína a performance de um sujeito(bem intencionado ou não), ao chegar em uma mulher.
A autocrítica é aquele momento em que o ego volta pra se afirmar, pra dizer que quem manda ali é ele, e que antes de ser qualquer coisa maior, você é aquele espaço determinado, delimitado, pensante, com uma reputação, com valores, com história. Um espaço distante dos outros e do resto do universo, distante da realidade, um espaço desconcentrado. A autocrítica deve sim existir, é essencial para a sociedade. Mas quando surge na arte, no amor ou nas experiencias espirituais(na religião ela é essencial, mas na oração, na meditação, na devoção e nos rituais, não), a autocrítica estraga tudo.Um ator não pode ter um lapso de autocrítica durante a atuação, um poeta não pode ter um lapso de autocrítica enquanto declama, um arqueiro não pode nem lembrar-se de si enquanto atira. A autocrítica retrai o músico ao seu ego, diminui o significado da arte e do conjunto com que toca para ele e o leva a má "interpretação"(com todo o peso da palavra) da música. Chego a dizer que nem um político pode se autocriticar enquanto discursa, o que não quer dizer que ele não possa desdizer algo, arrepender-se o corrigir-se posteriormente, o que quer dizer é que ele deve se livrar de suas questões e dúvidas internas e assumir o que diz como algo maior do que si. Isso é a concentração. Um exemplo mais esdruxulo é o tanto que a autocrítica arruína a performance de um sujeito(bem intencionado ou não), ao chegar em uma mulher.
sábado, 16 de junho de 2012
O silêncio.
E deixar que as inverdades gritem até que se calem?
E deixar que elas briguem e resolvam-se por si mesmas?
Não vês que não se calarão sozinhas?
Que continuarão ecoando até que sejam vomitadas?
Pensavas que com teu silêncio elas não transpareceriam?
O teu silêncio da voz e atenção a elas, fomenta os gritos inverídicos.
O silêncio das inverdades é necessário, não o teu.
Não vês que não é só a tua paz que depende do silêncio delas?
E deixar que elas briguem e resolvam-se por si mesmas?
Não vês que não se calarão sozinhas?
Que continuarão ecoando até que sejam vomitadas?
Pensavas que com teu silêncio elas não transpareceriam?
O teu silêncio da voz e atenção a elas, fomenta os gritos inverídicos.
O silêncio das inverdades é necessário, não o teu.
Não vês que não é só a tua paz que depende do silêncio delas?
quinta-feira, 14 de junho de 2012
As falácias
A forma mais fácil e usada de vencer uma discussão é ironizar o argumento contrário... Mesmo a ideia mais genial e plausível do mundo, é descartada com isso.
Um outro modo ridículo é apelar pra "utopia", acusando o adversário de romântico, sonhador e otimista. Com esse argumento as pessoas não se dão o trabalho de avaliar nem por mais de um segundo o que é proposto ou defendido.
O último é apelar pras supostas "essências". Quantas discussões são jogadas no lixo quando alguém entra falando da "essência do homem/ da mulher/ da sociedade, etc." É um tipo de argumento sem nenhum fundamento por trás, é uma informação que não pode ser testada e nem falseada, e é comumente usada como a forma mais simples de silogismo "isso não da certo por que a mulher é essencialmente caseira", "porque o homem é essencialmente mal/ egoista/ curioso/ corrupto etc."
Tudo não passa de papagaísmo, de repetição do argumento da maioria, da multidão, da distorção das filosofias, do medo da mudança.
Um outro modo ridículo é apelar pra "utopia", acusando o adversário de romântico, sonhador e otimista. Com esse argumento as pessoas não se dão o trabalho de avaliar nem por mais de um segundo o que é proposto ou defendido.
O último é apelar pras supostas "essências". Quantas discussões são jogadas no lixo quando alguém entra falando da "essência do homem/ da mulher/ da sociedade, etc." É um tipo de argumento sem nenhum fundamento por trás, é uma informação que não pode ser testada e nem falseada, e é comumente usada como a forma mais simples de silogismo "isso não da certo por que a mulher é essencialmente caseira", "porque o homem é essencialmente mal/ egoista/ curioso/ corrupto etc."
Tudo não passa de papagaísmo, de repetição do argumento da maioria, da multidão, da distorção das filosofias, do medo da mudança.
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Reflexões super-homem e auto-crítica.
Confundes a paciência com a quietude, com a passividade, confundes o esforço e a motivação com o desespero, confundes a confiança com a vaidade e a humildade com a baixa auto-estima. Confundes o desapego e a alegria com a indiferença, confundes o amor com a castidade e depois, quando superas isso, confundes o amor com o prazer. Confundes os meios com os fins: a razão com a verdade e os ensinamentos com regras. Confundes a devoção com a obrigação e a privação e depois, quando superas isso, confundes o hedonismo com a liberdade. Confundes a euforia com a felicidade, a preguiça com a serenidade e a ira com a paixão.
É por isso que não te sustentas, não consegues não distorcer a virtude e a sabedoria, sempre desces ao ponto mais confortável, onde teu ego é massageado e não tens que assumir-te. É por isso que corre atrás de líderes, sábios e Deuses, de regras de conduta, de leis morais. Queres um professor pra vida ao invés de guiá-la por si. Temes a liberdade, a autonomia e a independência, preferes a estabilidade, a homogeneidade e a ordem. Tantos dos teus ídolos já te disseram... E fizeste justamente o que não devias: Idolatrou-os ao invés de sustentar-te. Platão(torna-te quem tu és), Kant(Aufklärung), Sêneca(I am as big as God and God is as small as I am), Nietsche( o Übermensch) e até o Jim Morrison, quando foi perguntado sobre o fato de ter se tornado um ícone e ganhar milhares de fãs, disse: "As pessoas não estão entendendo, eu quero é que elas sejam livres".
É por isso que permaneces um Zé Ninguém, um Untermensch.
É por isso que não te sustentas, não consegues não distorcer a virtude e a sabedoria, sempre desces ao ponto mais confortável, onde teu ego é massageado e não tens que assumir-te. É por isso que corre atrás de líderes, sábios e Deuses, de regras de conduta, de leis morais. Queres um professor pra vida ao invés de guiá-la por si. Temes a liberdade, a autonomia e a independência, preferes a estabilidade, a homogeneidade e a ordem. Tantos dos teus ídolos já te disseram... E fizeste justamente o que não devias: Idolatrou-os ao invés de sustentar-te. Platão(torna-te quem tu és), Kant(Aufklärung), Sêneca(I am as big as God and God is as small as I am), Nietsche( o Übermensch) e até o Jim Morrison, quando foi perguntado sobre o fato de ter se tornado um ícone e ganhar milhares de fãs, disse: "As pessoas não estão entendendo, eu quero é que elas sejam livres".
É por isso que permaneces um Zé Ninguém, um Untermensch.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Unzufriedenheit
Insatisfação, ou, analisando ao pé da letra o alemão, "sem-paz", no português: desassossego. Falta de espaço mental, falta de liberdade, onde há muita tensão.
O foco é a liberdade, e sem foco não há resultado. A própria existência de um foco, de um resultado, um objetivo, uma meta, já pressupõe uma estratégia e,essencialmente, normas, o que impossibilita a liberdade. Pra ter-se liberdade não se pode ter normas, controles, nem se a meta for a liberdade. É preciso deixar ser, descontrolar, desordenar, "espontaneizar". Mas então há a meta de descontrolar, que em si já pressupõe regras que estabelecem o certo, deixar rolar, e o errado, controlar. Ai está presente todo o insuportável que existe no ser, no controle que guia à liberdade. E é aí que a razão se mostrou incompleta, pois só uma experiência espiritual, abundante de sensações e sentimentos e livre de palavras, explica a liberdade, onde não há controle nenhum, nem sequer para manter a liberdade, onde ser é válido e não importa o que, onde não há o crivo do conflito eu-mundo, raiz de todo sofrimento, pois não há eu separado de mundo, dor separado de prazer, certo separado de errado, como diz Sidharta(do herman hesse): Samsara é Nirvana e Nirvana é Samsara. E nem as palavras e nem a razão são capazes alcançar esses conceitos. Eis a mais pura clarevidência, assim só existe felicidade, sabedoria e paciência.
Paciência na busca, na dor, na confusão.
Com o tempo, a paciência acalmará tudo, descansará as palavras e todo sofrimento cessará. E é fácil, pois esperar que ela acalme tudo já é exercitá-la.
É irônico como, antes de sair já deixei o lobo da estepe despropositadamente encima da mesa, parece que ja havia previsto que o desassossego chegaria e que ele me seria útil.
O foco é a liberdade, e sem foco não há resultado. A própria existência de um foco, de um resultado, um objetivo, uma meta, já pressupõe uma estratégia e,essencialmente, normas, o que impossibilita a liberdade. Pra ter-se liberdade não se pode ter normas, controles, nem se a meta for a liberdade. É preciso deixar ser, descontrolar, desordenar, "espontaneizar". Mas então há a meta de descontrolar, que em si já pressupõe regras que estabelecem o certo, deixar rolar, e o errado, controlar. Ai está presente todo o insuportável que existe no ser, no controle que guia à liberdade. E é aí que a razão se mostrou incompleta, pois só uma experiência espiritual, abundante de sensações e sentimentos e livre de palavras, explica a liberdade, onde não há controle nenhum, nem sequer para manter a liberdade, onde ser é válido e não importa o que, onde não há o crivo do conflito eu-mundo, raiz de todo sofrimento, pois não há eu separado de mundo, dor separado de prazer, certo separado de errado, como diz Sidharta(do herman hesse): Samsara é Nirvana e Nirvana é Samsara. E nem as palavras e nem a razão são capazes alcançar esses conceitos. Eis a mais pura clarevidência, assim só existe felicidade, sabedoria e paciência.
Paciência na busca, na dor, na confusão.
Com o tempo, a paciência acalmará tudo, descansará as palavras e todo sofrimento cessará. E é fácil, pois esperar que ela acalme tudo já é exercitá-la.
É irônico como, antes de sair já deixei o lobo da estepe despropositadamente encima da mesa, parece que ja havia previsto que o desassossego chegaria e que ele me seria útil.
sábado, 2 de junho de 2012
A música é a melhor forma que se conhece de demonstrar a percepção da realidade e de transmitir o que se sente.
A música, a literatura, o teatro e outras artes cuja sensibilidade necessária não me provém são as únicas coisas transcendentais presentes de forma concreta em nosso mundo.
A música, de tudo que já cultivei e conheci na minha vida, é a única coisa que continua inquestionada simplismente pelo fato de ser autoexplicativa e inquestionável. Já me questionei quanto à busca por uma verdade, à busca do dinheiro, do sucesso, da saúde, da paz, de sexo, de um amor, de diversão e de tudo que reparei em minhas atitudes, mas a música permace intacta e estável. Continuo gastando tempo, esforço e, por vezes, dinheiro, nesse prazer que não me leva a nada. Pelo menos não a nada palpável, concreto, justificável.
Acima de todo rei há ao menos uma alma, de cujo corpo pode se encontrar em qualquer lugar e em qualquer meio, que a tudo olha e de tudo ri. Paira esta alma sobre o céu sem ser percebida, condenando todos os maliciosos à dó, a pior coisa a que alguém pode ser condenada e todos os gananciosos e arrogantes, como o próprio rei, à ironia e à chacota, justamente por julgarem que estão no ponto mais alto, esquecendo-se deste suculento céu de autossuficiência e serenidade, feito de sabedoria, de conhecimento, onde se encontra essa feliz alma. Os mais pobres são por vezes presentados com a indignação e os infelizes salvos de sua ignorância. É este o verdadeiro trono da sociedade e da vida. Não é o palácio, onde há luxo e mimos, mas na consciência, onde há paciência e sabedoria. É este trono, ao qual nosso acesso é inato e ninguém pode nos tirar, a meta.
Não lhes prenda em tua fraqueza,
Em tua insegurança,
Em tua enrustida esperança
De ser mais que és
Não lhes condene a teu sofrimento
ao teu tormento,
Pois tuas dores não passam de mero lamento
vistas de fora
E vistas de dentro,
Admita,
São só vaidades.
Por que essa vontade
de ser mais do que são?
Não te condene ao fim,
muito menos à dor.
Não me condene à culpa
Por pura soberba
Se achava tanto que não falava mais, só ouvia, achava melhor apenas concordar com a cabeça com o que os outros diziam, não tinha certeza se estavam preparados pra sua opinião e, além do mais, a maioria das pessoas só quer falar mesmo, ouvir é algo penoso, requer humildade, e poucos a tem. Ele tinha, tinha tanto que sempre ouvia. Tinha devido a sua auto-crítica, que ,de tão grande, o fazia questionar tudo que ia dizer antes mesmo de dizer. E assim ele permanecia na mudez.
Porque insistes-me em abandonar tudo que faço para fazer-te, escrita?
Mesmo que nada tenho a dizer,
que nada penso em especial
Seduz-me e impulsionas-me a criar meios para fazer-te.
Há, de fato, algo para ser libertado, mas ainda hei de absorver algo para consolidá-lo
E então libertá-lo.
Pois um escravo não se liberta sozinho.
Há de fato milhares de angustias inominadas, de choros reprimidos, que precisam livrar-se de mim
E eu me livrar deles,
Pois a escravidão é mútua:
Do homem ao dinheiro e do dinheiro ao homem,
Do filósofo à sabedoria e da sabedoria ao filósofo.
Do Eu às dores, das dores ao Eu
O que de fato resolveria tudo não é a liberdade,
Minhas dores não vêm de sentimentos abafados pela minha mente,
Mas sim da guerra entre os sentimentos e a mente.
Não escrevo para libertar, pois nada nunca é liberto nesse meu ritual.
Mas sim para registrar-me, analisar-me e apaziguar-me.
Mesmo que nada tenho a dizer,
que nada penso em especial
Seduz-me e impulsionas-me a criar meios para fazer-te.
Há, de fato, algo para ser libertado, mas ainda hei de absorver algo para consolidá-lo
E então libertá-lo.
Pois um escravo não se liberta sozinho.
Há de fato milhares de angustias inominadas, de choros reprimidos, que precisam livrar-se de mim
E eu me livrar deles,
Pois a escravidão é mútua:
Do homem ao dinheiro e do dinheiro ao homem,
Do filósofo à sabedoria e da sabedoria ao filósofo.
Do Eu às dores, das dores ao Eu
O que de fato resolveria tudo não é a liberdade,
Minhas dores não vêm de sentimentos abafados pela minha mente,
Mas sim da guerra entre os sentimentos e a mente.
Não escrevo para libertar, pois nada nunca é liberto nesse meu ritual.
Mas sim para registrar-me, analisar-me e apaziguar-me.
Dá em nada. Pega nada pra mim, justamente porque sou livre de mim, do meu, do eu. Vê-se a onda subindo e vindo, esvaindo-se no universo escuro. Pega naaaada, hehehehehe. Agora só escre... não, calma. Só escuto! isso, "escuto"... Agora só escuto a mim e me manifesto, é manifesto, por meio daaaasss tiras, digo, palavras escritas. Não faço nenhum som com a boca enquanto escrevo. Hey leitor, é sério, hahaha, até as risadas tão sendo expressas só pela escrita. "pede pra fazer barulho, to pedindo um barulhão" (cantado.)
É, parágrafo. Só um paragrafo pra começar daquele jeito tão doido a próxima frase... Tipo, perdidão mesmo, ne? "VÈEeeeiooO", ou só velho, é, só velho, só velho, ne? Com as haspas todas, é claro. Velho, OPS. Pera ai:
Vééééééio. que loucura é essaômeu. To misintindo feitum paoliistmeu.
Vei... calma.
Quando rolá dois parágrafos é que o assunto mudo o rumo: QUATSCH, claro que não, hahaha. Rola quando a lógica do texto mudo.
Bruto!, hahahahahahahahahahahahahahahahahahaha Vi quase um filme todo na cabeça e me esqueci... CUuuuuuringa, lembro-me de ti e só de ti... Lembromiditiuioditi.
Nascia joão, pobre meu joão,
"Meu filho!
Faz de si teu filho, teu professor.
Combata-te e em tua própria dor
Sê são sereno e sensato"
um ato
Justo.
Belo.
Nascia em carijós, sobre os espinhos dos parlentes, frente as garras da demindas, que se apresentávam tão frias nos meses de julho. Foi as 5:06 da matinda hahahahaha.
Sua mãe tinha nascido num buraco de mundo mais buraco ainda, seu pai não sentia-se membro do mundo e seus irmãos floresciam em abril.
Lá na cidade dele, ele era o rei, claro, o chefão de todas as belindas, belezocas que se deitavam em seu carro(um turbo vermelho 756, motovibes 340,aerocilindramegagem 22 e que se o som fosse ligado no máximo o mundo acabava.)
Dava carona pra todo mundo e todomundo finjia que ninguém via. O carro fora roubado...roubado, claro! Disse-te que a mãe era do buraquentíssimo de assis,achas que teria ele um carro assim?
Ele roubou do zé, o daltônico que procura o turbo karalhaquatren verde até hoje.
Abre o olho, hein Seu Zè! -Diziam-te
Ele notou, enfim, sacou uma arma contra João.
Ai ele morreu.
E todas as belezocas choraram
E todas as pessoas de verdade morreram. Digo, verdes. Pessoas verdes.
É, parágrafo. Só um paragrafo pra começar daquele jeito tão doido a próxima frase... Tipo, perdidão mesmo, ne? "VÈEeeeiooO", ou só velho, é, só velho, só velho, ne? Com as haspas todas, é claro. Velho, OPS. Pera ai:
Vééééééio. que loucura é essaômeu. To misintindo feitum paoliistmeu.
Vei... calma.
Quando rolá dois parágrafos é que o assunto mudo o rumo: QUATSCH, claro que não, hahaha. Rola quando a lógica do texto mudo.
Bruto!, hahahahahahahahahahahahahahahahahahaha Vi quase um filme todo na cabeça e me esqueci... CUuuuuuringa, lembro-me de ti e só de ti... Lembromiditiuioditi.
Nascia joão, pobre meu joão,
"Meu filho!
Faz de si teu filho, teu professor.
Combata-te e em tua própria dor
Sê são sereno e sensato"
um ato
Justo.
Belo.
Nascia em carijós, sobre os espinhos dos parlentes, frente as garras da demindas, que se apresentávam tão frias nos meses de julho. Foi as 5:06 da matinda hahahahaha.
Sua mãe tinha nascido num buraco de mundo mais buraco ainda, seu pai não sentia-se membro do mundo e seus irmãos floresciam em abril.
Lá na cidade dele, ele era o rei, claro, o chefão de todas as belindas, belezocas que se deitavam em seu carro(um turbo vermelho 756, motovibes 340,aerocilindramegagem 22 e que se o som fosse ligado no máximo o mundo acabava.)
Dava carona pra todo mundo e todomundo finjia que ninguém via. O carro fora roubado...roubado, claro! Disse-te que a mãe era do buraquentíssimo de assis,achas que teria ele um carro assim?
Ele roubou do zé, o daltônico que procura o turbo karalhaquatren verde até hoje.
Abre o olho, hein Seu Zè! -Diziam-te
Ele notou, enfim, sacou uma arma contra João.
Ai ele morreu.
E todas as belezocas choraram
E todas as pessoas de verdade morreram. Digo, verdes. Pessoas verdes.
sábado, 26 de maio de 2012
Merda. Tento lembrar toda aquela viagem louca que tive agora, mas ja se perdeu no espaço e no tempo. Aqui nesse universo a novidade passa rapida demais pra ser registrada, uma substitui a outra em menos de dez segundos. A questão é que sou grande e completo em mim. Tenho pequenos vácuos: Temo os grandes. Temo e, talvez, tambem invejo, preso na ilusão de que só reconheço-os, de que admiro-os. O medo é feito de narcisismo puro, só quem se julga superior tem um complexo de inferioridade, sim. O temor reflete a minha vaidade, alem de que perceber que alguem é melhor ja é subentender uma meta narcisista de ser o melhor, insegurar-me frente a elas mostra minha cautela e reserva em expor minhas fraquezas. Se sou completo, sou completo com minhas fraquesas, minha alma é raza suficiente para que as fraquezas apareçam, sem profundidades, segredos, frustrações, nada a esconder, ser sincero consigo, isso torna alguem completo. É isso que, talvez, os torna melhor que eu. Pelos olhos se vê a alma, mas só dos sinceros, que transcendem as conversas internas, que se perdoam, pacientam-se, assumem-se e encaram-se. Pois escrever ficção já é a imaturidade daquele que não se encara, que busca as respostas prontas e não as desenvolve paulatinamente analisando-se e especificando-se com a essencia de sua personalidade. Espero ter sido ouvido,pelos meus dedos, espero que não tenham escrevido as filosofias, ó filosofias, de maneira imcompleta, já que nesse universo tudo passa rápido demais para sere registrado. Keirouac, Kerouac, Kerouac, o que queirouaque faria? escreveria realmente o fluxo de seus pensamentos? e se ele fumasse um? ilumina-me ó querouac, já nem me lembro do que escrevi aqui, mas talvez faça sentido. Talvez um crivo só dificultaria a seleção de ideias, pois quanto mais tempo passa, mais são jogadas no lixo e esquecidas, o negócio é escrever rápido! Então, voltando, eu tava aprendendo muito com a conversa, mas do nada desvirtuou. Buscar resultados, limites e encostos é coisa de vácuosos, mentirosos. Que será que se esconde dentro do meu terno, para no primeiro dia de emprego me engolir e me hipnotizar? tem como matá-lo? o que tem no nome da modernidade que a tornou tao atrante para nós? Estética? Não, esse já é um principio que, no vazio, é mais pós moderno, tipo pedropedrapetrapetropetri, tictacneologia e eticeterous. O que reinaldo morais escreveria? ele escrevia doidão... ó reinaldo morais, nos abençoe enquanto é pai.
Frei caneca, frei caneca, frei canedo.
Boa noite.
Frei caneca, frei caneca, frei canedo.
Boa noite.
terça-feira, 22 de maio de 2012
Irrefutável.
Tudo que sei das mulheres é que elas são confusas. Tudo que sei do mundo é que ele é confuso. Tudo que sei da vida é que ela é confusa. E que ela acaba. Tudo o que sei de mim é que sou um cara confuso. Às vezes até chego a conclusões, freqüentemente, na verdade, mas elas são todas muito confusas para serem compartilhadas. E elas acabam com o tempo.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Zé Ninguém
Leitura indispensável: Escuta, Zé Ninguém.
Reflexões:
Zé Ninguém foi a multidão de Judeus medíocres que, embalados pelo grito da multidão e pelo medo da mudança, da verdade e da liberdade, condenaram Cristo a uma das piores torturas que a raça humana já sofreu. Foram os Judeus e Cristãos ignorantes que, em nome de célebres mestres, como Davi e Cristo, queimaram a biblioteca de Alexandria e depois condenaram a filosofa Hepátia por se recusar a crer sem questionar, e depois guerrearam entre si (Judeus e cristãos)!. Foram os sustentadores da Idade Média, que em nome do "amor de cristo", mataram e torturaram milhões. Foram os bolcheviques(estalinistas pra evitar conflito) que em nome do povo da Rússia, buscando liberdade e igualdade, criaram um dos Regimes mais absurdos e desiguais do Século XX. Foram . Foi a multidão que "pela família com Deus pela Liberdade" sustentou uma das maiores ditaduras que esse País já teve, uma multidão temerosa, que acusava João Goulart de comunismo sem nem saber o que era comunismo, que por anos cuspiu as palavras da grande mídia sem questioná-las. É sempre assim, o Zé Ninguém, na inércia da multidão, reproduz os rótulos e os ódios da multidão sem questioná-los, é um imbecil que só sabe gritar e errar. Foi assim com os Cristãos, em Roma, com os pagãos, na Idade Média, com os Judeus no nazismo, com os comunistas, na ditadura e, hoje em dia, com os imigrantes. Olha que só cito aqui as atrocidades que o Zé Ninguém faz de forma mais escrupulosa, pois o ignorante também repele, sem saber porque, os divorciados, os gays, os pobres, os emos, as patricinhas, os funkeiros... O pior do Zé Ninguém é que ele não aprende nem com esse milênios todos. O Zé Ninguém esquece-se simplesmente das delusões que já teve e torna a tê-las. Ele recusa-se a admitir que foram eles que levantaram e sustentaram o Nazismo, a Ditadura brasileira, a morte de Cristo, a ascensão de Robespierre e facilmente se queixam e se colocam de vítimas quando os planos se perdem em sua podridão, sem jamais tomar o fracasso e os absurdos daquilo que apoiou como responsabilidade sua também, nem para servir-lhe de lição, para que não se repita. A humanidade vai e volta nas mesmas desgraças, quando acha uma luz, distorce-a, e o Zé Ninguém, entorpecido pela idolatria, pela estabilidade, , pela ordem, pelo patriotismo, pelo dogmatismo, pela estabilidade e pelas leis morais, que as decorou e as repete como um papagaio, deixa que seja distorcida.
O que mais apavora é que o Zé Ninguém está em todo lugar, é a maior doença da humanidade, em todas as nações, famílias e também-ou sobretudo- em mim. Vejo vários sintomas e fraquezas desse Tipo em minha mente, a começar nesse ódio que possuo sobre o Zé ninguém. Odiar é muito fácil e a principal atitude do Zé Ninguém é Ódiar, é não assumir-se, não criticar-se e buscar sempre nos outros os defeitos do mundo. Pede paciência ao mundo quando falha, clama por ser ouvido, argumenta com todo esforço sua defesa, justifica todos os seus erros, mas não tem uma gota de paciência a oferecer quando alguém ou uma sociedade, ou mesmo o mundo falha, e nunca escuta, tem preguiça de escutar.
sexta-feira, 13 de abril de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
The Wall 2
A arte e pura estetica, pura emocao. Nao transcende nada, pelo contrario, nos apega as sensacoes e aos sentidos mundanos. A arte nos eleva ao maximo deleite que podemos ter em nossa condicao de passageiros e pequenos, e nos mostra que esse deleite, mesmo que mundano, eh imenso para nos. Tao imenso que muitos acham que a arte 'e traanscendental. A arte nos torna completos em nossa finitude, em nossa mediocridade e em nossa pequenisse.
A arte e pura estetica, pura emocao, nao nos explica e nem ensina nada, pelo menos nada racional. Se os ensina algo, nos ensina a sentir e a transmitir sentimentos. Mas nao ensina nada racional, pois a razao e algo muito incompleto diante desse maravihoso universo em que vivemos. Um universo tao harmonico, tao perfeito, e a razao faz questao de isolar e nomear cada pedacinho dele, tornando-o complexo e caotico, como se cada um desses pedacinhos existissem por si so e nao fossem, na verdade, partes dependentes e pertencentes de um todo. Por isso que a arte nao depende da logica e nem de regras para ser compreendidas, ela depende apenas de sentidos.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
The Wall 1
E na hora eu percebi que a memoria seria mais gloriosa que o instante.
E na memoria eu soube que nada vale mais que aquele instante.
O instante da significado pra vida, mesmo que finita, enquanto a memoria e aplacada pela morte que nos rodeia.
quinta-feira, 15 de março de 2012
Dia reflexivo
Acho que era tudo ficção. É, vai ver era tudo ficção mesmo. Toda aquela revolução interna pela que passei hoje, todas aquelas maravilhosas sensações de clareza, todas aquelas promessas de uma vida nova, com metas novas, discursos novos e comportamentos novos, toda aquela impressão de evolução caiu por terra quando tentei tornar minha epifania em algo explicável e lógico. Não era explicável e lógico, então me calei gradualmente. E aquele suculento gostinho de inteligência e de superioridade que permeava meu ser escapou, logo que se tornou vaidade.
Talvez não tenha sido ficção, talvez tenha sido uma etapa, e todo aquele nojo que senti hoje da vida em sociedade, da futilidade das pessoas e da insanidade e das mentiras da vida social, e todo o meu anseio por fuga, por revolta, por ironia e por desdém estejam lentamente se concretizando, fixando suas bases na minha mente. E então vou poder de fato me modificar, me revolucionar e me libertar, podendo legitimar e sustentar todas as minhas atitudes com um olhar: Aquele olhar profundo, perdido e, porém, sem temores, que expõe a alma em sua totalidade. Aquele olhar descrente, ousado, que tanto almejam os artistas e tanto temem os políticos. Aquele olhar hipnotizante, sedutor, que finca e marca a alma de todos que os encaram. Aquele olhar sinceramente inconsequente e despreocupado, que poucos tiveram e que poucos ainda têm e que, no entanto, não deve passar de um símbolo, de uma falsa idolatria que carrego em minhas percepções e insisto em projetar, admirar e discretamente invejar em certas pessoas . Seria esse olhar também mera ficção?
Inteligentes mesmo eram os gregos, que, há dois milênios, já sabiam que nada sabiam, com Sócrates, e que nada faziam, com Sísifo. A filosofia existe para a felicidade, ela deve apenas servir-nos, e nós a ela, mas ela sempre tropeça nesses insuportáveis pontos. Entendo, porém, como nunca, o tanto que, como sugere Epicuro e Buda, é essencial na busca pela felicidade a filosofia.
segunda-feira, 5 de março de 2012
afé
A sabedoria e a maturidade não trazem a felicidade, o que elas trazem é um controle e uma minimização do desespero.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Frases últimas
Tenho o total direito de me destruir. Ninguém pode me condenar à saúde, nem à decência, nem à longevidade, nem ao conforto e muito menos à felicidade. Aliás, me condenar a isso é a maior destruição que alguém pode me causar.
A desobediência é o único direito humano realmente irrevogável.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Mudanças
O sofrimento existe e é evidente, de fato. Talvez seja até irrevogável.
Existem aqueles, que, quando vêem o sofrimento, se rendem às "leis da selva" e rapidamente se tornam complacentes ou até mesmo causadores do sofrimento. A essas pessoas dou o nome de covardes e de preguiçosos. E existem as aqueles, que, quando vêem o sofrimento, aumentam instantaneamente sua coragem, seu desejo e sua motivação para lutar contra ele, e perdem tempo e energia nessa luta, mesmo que ela seja, muitas vezes, vã. A essas pessoas dou o nome de heróis.
Não é realismo e nem romantismo. Vale a pena se sacrificar e lutar contra o sofrimento mesmo que seja em vão. A desesperança não justifica nenhuma quietude.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
domingo, 29 de janeiro de 2012
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Roterdam, o que foi digerível:
"Cai-vos uma pedra na cabeça? oh, isso sim é na realidade um mal. Mas a desonra a infâmia, a censura, as maldições só nos fazem mal quando queremos sentir: Desde que não pensemos nisso deixam de ser um mal."
"Como podem tratar de infelizes os meus loucos, sendo a loucura, como é, patrimônio universal da humanidade, e quando todos nascem, educam-se e se conformam com ela.sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
domingo, 8 de janeiro de 2012
Deixe tudo isso no canto
no chão
não são,
nem depois,
problemas importantes.
São sim avalanches
mas são de algodão.
Nem a foice
E nem o parto
devem ficar no centro do quarto
Lá ficamos só nós,
com as nossas histórias,
com nossos dedos se tocando.
Somos a escória
da ordem que está mudando
Somos os donos
do universo mais gostoso que tem
Estamos sós.
Estamos bem.
Pois,
nem depois,
algo importa além de nós dois.
Venta da direita pra esquerda e da esquerda pra direita, sem fazer barulho nenhum. Nem um mero ruido. Não é a serenidade, nem a calma, muito menos o contentamento. Não é nem o descontetamento, nem o desassossego, nem nada. É algo volumoso e oco.É um silêncio ensurdecedor, uma desmotivação que empalidece o dia e abafa as melodias. Enche o peito, mas enche de ar.
sábado, 7 de janeiro de 2012
O nosso certo
"A vida se resume a isso: beber, chegar em mulher e desmaiar no final." disse o Deco, bêbado, em nome de toda minha geração... Nada decadente.Não. Só mostra que a nossa diversão não é tão obviamente e intrinsecamente divertida assim, e só produto de uma época. Não precisamos segui-la. "Tais horrores na verdade não existiram. Um homem da Idade média condenaria totalmente nosso estilo de vida atual como algo muito mais cruel, terrível e bárbaro. Cada época, cada cultura, cada costume e tradição tem o seu próprio estilo, têm sua delicadeza e sua severidade, suas belezas e crueldades, aceitam seus sofrimentos como naturais, sofrem pacientemente certas desgraças. O verdadeiro sofrimento, o verdadeiro inferno da vida humana reside ali onde se chocam duas culturas ou duas religiões." O Lobo da Estepe, pra variar.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Mais um fim, mais um começo.
- Boa noite a todos. Senhoras e senhores, aqui jaz o futuro, bem onde jaziam os sonhos, as promessas, bem onde jaz a esperança. Já é tarde e é hora de enterrá-lo. Hoje ele se tornará um sonho, uma imaturidade. Na melhor das hipóteses, se tornará passado, lembrança, história. Deixemos agora, como manda a nossa tradição, que o novo futuro surja. E deixemos então, que esse futuro cresça e floresça em nosso presente para que, hora ou outra, morra de desgosto, como fazem os futuros... Mudaremos tudo em nome dele, ordenaremos que tudo corra em sua direção, daremos vidas pela vida dele, faremos dores pela vida dele, tudo isso para que, repentinamente, ele nos deixe. Mais quantos futuros teremos de aguentar? Será que teremos que criar e perder futuros até que o próprio futuro nos deixe para trás e nos assista enterrados? Que exaustivo: criar, alimentar e enterrar, até o nosso fim. E que ingratidão, dedicamos tudo à sobrevivência deles e eles morrem de desgosto. Do nada. Mas não podemos culpá-los, é da natureza do futuro a finitude e a impermanência. O que não é natural, porém, é que nós, também finitos e impermanentes, nos ocupemos de criar futuros como se fossemos eternos.
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