domingo, 15 de dezembro de 2013
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Leminski e Focault me bagunçando e liberando me à experimentação despretenciosa:
Tanto me fazem as próximas palavras, entenda o qe quiser. A linguagem, digo a mim, não se justifica, não tem função, e tanto me faz, se comunica - dilacero. Por nada. Inventei de chamar a presença de vida e inventei, mais ainda, de dizer da vida. Mas versar sobre a vida é romance inverosímel, mais que isto ou aqui, ela é plural, infinita e inventada, não por vontade, por acaso. Não por acaso, sei, por política, por forças e cursos históricos que via de regra a antecedem. Mais debaixo ainda desse gesso todo, a ineficácia dos padrões deixa a margem para que se invente alem, alem do alem, e por isso ela infinda. E não há tao que segure-me e nem transcendência que seduza-me mais. A transcendência foi transcendida, a ascensão perde seu sentido quando nos livramos do chão. Resta a presença, não, menos ainda, a experiência, menos ainda, algo que não é sentido, que não aponta feito palavra, é não sentido, é vazio, não é nada, com liberdade de ser nada e retornar a ser nada quando convir. E por isso infinda. E não há verdade que me seduza.
Vários problemas maiores, eu sei, vários sofrendo mais, muito mais, eu sei, várias questões importantes devem ser estas do debate, importantes de verdade, dizem respeito à vida das pessoas, aos direitos delas, a aspectos materiais, sei muito bem, o quão o mundo é sofrimento, talvez o que me falta é disciplina, talvez seja atenção, mas tem um atrito que precede nossa comunicação, que põe em cheque toda ela, tudo isso e a si mesmo, que via de regra me atinge e reatinge, e me comove mais quase toda a terra. Não sei se inveja, se riso ou tragédia, se paixão, se deselo, se choro, se berro, se canto ou escrevo, se é a coragem da verdade ou o medo da vida.
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Da gaveta:
Te digo o que sei,
se nada sabia,
já nada sei mais,
se espírito eu via,
era patológico,
já a democracia,
é um erro lógico,
Mas de que serve dizer, afinal?
Serve de nada,
de quando em vez
servem respostas,
curtas e grossas,
Ignorantes.
As cinzas da arte
já se misturam à areia do deserto
o ceticismo vai deixar-vos todos quietos
e as realidades indissociáveis.
O fogo não arde
A chama não brilha
Caíste na ilha:
Na terra dos incontestáveis.
Incontestável dúvida,
De tudo que é dito
É terra de aflitos,
Peculiar pela liberdade
Em guerra com a verdade
Mas em paz com o desespero.
Te digo o que sei,
se nada sabia,
já nada sei mais,
se espírito eu via,
era patológico,
já a democracia,
é um erro lógico,
Mas de que serve dizer, afinal?
Serve de nada,
de quando em vez
servem respostas,
curtas e grossas,
Ignorantes.
As cinzas da arte
já se misturam à areia do deserto
o ceticismo vai deixar-vos todos quietos
e as realidades indissociáveis.
O fogo não arde
A chama não brilha
Caíste na ilha:
Na terra dos incontestáveis.
Incontestável dúvida,
De tudo que é dito
É terra de aflitos,
Peculiar pela liberdade
Em guerra com a verdade
Mas em paz com o desespero.
Cantiga de enganar
Drummond me ensinando a levar:
"O mundo não vale o mundo, meu bem.
Eu plantei um pé de sono,
brotaram vinte roseiras
Se me cortei nelas todas
E se todas se tingiram,
De um vago sangue jorrado,
Ao capricho dos espinhos,
Não foi culpa de ninguém.
O mundo,
Meu bem,
Não vale
a pena, e a face serena,
vale a face torturada.
Há muito aprendi a rir
de que? de mim? ou de nada?
O mundo, valer não vale.
Tal como sombra no vale
a vida baixa...E se sobe
Algum som deste declive,
não é grito de pastor,
convocando seu rebanho.
Não é flauta, não é canto,
de amoroso desencanto.
Não é suspiro de grilo,
voz noturna das nascentes,
não é mãe chamando filho,
não é silvo de serpentes
esquecidas de morder
como abstratas ao luar.
Não é choro de criança
para um homem se formar.
Tampouco a respiração
de meninos e de enfermos,
de soldados marchando,
ou de feiras em clausura.
Não são grupos submergidos
nas geleiras do entresonho
e deixem desprender-se,
menos que simples palavra,
menos que folha de outono,
a partícula sonora
que a vida contém, e a morte
contém, o mero registro
da energia concentrada.
Não é nem isto nem nada.
É som que precede música,
sombrante dos desencontros,
dos fortuitos encontros,
dos malencontros e das
miragens que se condensam,
ou que se dissolvem noutras
absurdas figurações.
O mundo e suas canções,
de timbre mais comovido
estão calados, e a fala
que de uma para outra sala
ouvimos um certo instante,
é silêncio que faz eco
e que volta a ser silêncio,
no negrume cirundante.
Silêncio: que quer dizer?
O que diz a boa do mundo?
Meu bem, o mundo é fechado,
se não for antes vazio.
O mundo é talvez, e só.
Talvez nem seja talvez.
O mundo não vale a pena,
mas a pena não existe.
Meu bem, façamos de conta,
de lembrar e de olvidar,
de lembrar e de fruir,
de escolher nossas lembranças
e revertê-las, acaso
se lembrem demais em nós.
Façamos, meu bem, de conta
-mas a conta não existe-
que é tudo como se fosse,
e que, se fora, não era.
Meu bem, usemos palavras.
Façamos mundo: idéias
Deixemos o mundo aos outros
já que o querem gastar.
Meu bem, sejamos fortíssimos
- mas a força não existe -
e na mais pura mentira,
do mundo que se desmente,
recortemos nossa imagem,
mais ilusória que tudo,
pois há maior falso,
que imaginar-se alguém vivo
como se um sonho pudesse
dar-nos o gosto do sonho?
Mas o sonho não existe.
Meu bem, assim acordados,
assim lúcidos, severos
assim abandonados,
ou deixando-nos a deriva,
levados na palma do tempo
-mas o tempo não existe-
Sejamos como se fôramos,
num mundo que fosse: O Mundo."
"O mundo não vale o mundo, meu bem.
Eu plantei um pé de sono,
brotaram vinte roseiras
Se me cortei nelas todas
E se todas se tingiram,
De um vago sangue jorrado,
Ao capricho dos espinhos,
Não foi culpa de ninguém.
O mundo,
Meu bem,
Não vale
a pena, e a face serena,
vale a face torturada.
Há muito aprendi a rir
de que? de mim? ou de nada?
O mundo, valer não vale.
Tal como sombra no vale
a vida baixa...E se sobe
Algum som deste declive,
não é grito de pastor,
convocando seu rebanho.
Não é flauta, não é canto,
de amoroso desencanto.
Não é suspiro de grilo,
voz noturna das nascentes,
não é mãe chamando filho,
não é silvo de serpentes
esquecidas de morder
como abstratas ao luar.
Não é choro de criança
para um homem se formar.
Tampouco a respiração
de meninos e de enfermos,
de soldados marchando,
ou de feiras em clausura.
Não são grupos submergidos
nas geleiras do entresonho
e deixem desprender-se,
menos que simples palavra,
menos que folha de outono,
a partícula sonora
que a vida contém, e a morte
contém, o mero registro
da energia concentrada.
Não é nem isto nem nada.
É som que precede música,
sombrante dos desencontros,
dos fortuitos encontros,
dos malencontros e das
miragens que se condensam,
ou que se dissolvem noutras
absurdas figurações.
O mundo e suas canções,
de timbre mais comovido
estão calados, e a fala
que de uma para outra sala
ouvimos um certo instante,
é silêncio que faz eco
e que volta a ser silêncio,
no negrume cirundante.
Silêncio: que quer dizer?
O que diz a boa do mundo?
Meu bem, o mundo é fechado,
se não for antes vazio.
O mundo é talvez, e só.
Talvez nem seja talvez.
O mundo não vale a pena,
mas a pena não existe.
Meu bem, façamos de conta,
de lembrar e de olvidar,
de lembrar e de fruir,
de escolher nossas lembranças
e revertê-las, acaso
se lembrem demais em nós.
Façamos, meu bem, de conta
-mas a conta não existe-
que é tudo como se fosse,
e que, se fora, não era.
Meu bem, usemos palavras.
Façamos mundo: idéias
Deixemos o mundo aos outros
já que o querem gastar.
Meu bem, sejamos fortíssimos
- mas a força não existe -
e na mais pura mentira,
do mundo que se desmente,
recortemos nossa imagem,
mais ilusória que tudo,
pois há maior falso,
que imaginar-se alguém vivo
como se um sonho pudesse
dar-nos o gosto do sonho?
Mas o sonho não existe.
Meu bem, assim acordados,
assim lúcidos, severos
assim abandonados,
ou deixando-nos a deriva,
levados na palma do tempo
-mas o tempo não existe-
Sejamos como se fôramos,
num mundo que fosse: O Mundo."
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Abrem-se os olhos.
Obrigado pela felicidade que brota.
Em todos os corpos
À minha volta
Tem muita gente sendo
Ao mesmo tempo
Abrem as portas
Obrigado pela felicidade que brota
Em todos os corpos
À minha volta
Tem muita gente sendo
Ao mesmo tempo
Abrem as portas
Obrigado pela felicidade que brota
domingo, 13 de outubro de 2013
Pinceladas da percepção.
Poemas à luz da cannabis:
Porentre as luzes hedonistas da bohemia
Nos swings inexatos do som tropical
Tangida dessa ironia, há muito consolidada
No sábio canto popular nacional.
Transpassa riso,
Riso de malandro,
E paz de conformação,
Baixaria vai guiando,
Embelezando a convulsão.
Da meditação
Baby, diz aonde passam as delicias da vida e do samba? entre espaço e o tempo, o além-a atmosfera dita sutil, que conecta tudo, como as veias, e, ao invés distribuir oxigenio, como faz o sangue, distribui sentido, harmonia, obstante todas as tensões, as colisões e os demais aspectos caóticos, impregnados na universo desde o Big-Bang. Ai repousa o sorriso sereno, a delicia do estar presente, no melhor lugar do mundo, na melhor hora da história, reconhecendo a eternidade daquele pontinho de energia concentrada, pano de fundo da existência, que a tudo originou, e que hoje se manifesta-sobretudo, mas não exclusivamente- no contato do ar com minhas narinas.
Da vida
Dura, porque a fizemos assim.
Dura, porque a fizemos assim.
Dura pelos nossos sentidos, pelos nossos não-sentidos
((Sistematicamente demarcados e reprimidos à precisão e à objetividade)
Não pela sua consistência
((Sistematicamente demarcados e reprimidos à precisão e à objetividade)
Não pela sua consistência
Na verdade, é tipo uma gelatina,
Fica dançando.
Do samba.
Transpassa paz,Porentre as luzes hedonistas da bohemia
Nos swings inexatos do som tropical
Tangida dessa ironia, há muito consolidada
No sábio canto popular nacional.
Transpassa riso,
Riso de malandro,
E paz de conformação,
Baixaria vai guiando,
Embelezando a convulsão.
Da meditação
Baby, diz aonde passam as delicias da vida e do samba? entre espaço e o tempo, o além-a atmosfera dita sutil, que conecta tudo, como as veias, e, ao invés distribuir oxigenio, como faz o sangue, distribui sentido, harmonia, obstante todas as tensões, as colisões e os demais aspectos caóticos, impregnados na universo desde o Big-Bang. Ai repousa o sorriso sereno, a delicia do estar presente, no melhor lugar do mundo, na melhor hora da história, reconhecendo a eternidade daquele pontinho de energia concentrada, pano de fundo da existência, que a tudo originou, e que hoje se manifesta-sobretudo, mas não exclusivamente- no contato do ar com minhas narinas.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Cresça e Desapareça
Do kaimã
Pouco importa que reste só em alto mar
Antes se perder das outras caravelas
Que esquecer-se de seu lugar
"Tua consciência é tua majestade"
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Da melancolia.
Pro que fica, fica o papel, a tortura
Pra que vai, sobra o mundo,
Seus outros assuntos, que por desventura,
-Ou pela lei natural dos acasos-
Deixa um de sobra, em pensares profundos.
Ou devo chamar-lhes rasos?
Pois por mais que pareça desnudo
Esse sujeito "indefeso", desolado
Ainda vejo um fino escudo
Que resta sobre esse poeta, solitário.
E é dele que escreve,
E é dele que vive
É por ele que fica no papel,
E por ele permanece em declive.
"Os poetas turvam todas as águas para parecerem profundas"
Nada mais raso que o indivíduo, crendo-se sozinho
Que o egocentrismo, ainda mais despido de auto-estima.
Pra que vai, sobra o mundo,
Seus outros assuntos, que por desventura,
-Ou pela lei natural dos acasos-
Deixa um de sobra, em pensares profundos.
Ou devo chamar-lhes rasos?
Pois por mais que pareça desnudo
Esse sujeito "indefeso", desolado
Ainda vejo um fino escudo
Que resta sobre esse poeta, solitário.
E é dele que escreve,
E é dele que vive
É por ele que fica no papel,
E por ele permanece em declive.
"Os poetas turvam todas as águas para parecerem profundas"
Nada mais raso que o indivíduo, crendo-se sozinho
Que o egocentrismo, ainda mais despido de auto-estima.
sábado, 17 de agosto de 2013
Nem nirvana nem samsara.
Bicho podre
Bicho vesgo
Amar ao próximo e odiar-se a si mesmo
Bicho esnobe,
Bicho pobre,
Bicho torto
Amar a si antes que os outros
Finjes de morto,
Bicho podre
Bêbado em dissimetria
Tombante em avenida
Ama-te antes dos outros te amarem
E ame os outros,
feito amor de bicho solto
Desenvolto do laço de forca
Que pôs todos a segurar
Direciona logo teus passos,
Ou te entregues ao penar.
Feito um bicho vivo,
No estado de já nascido
Nas máximas da cultura
Paciente a espera do cais
Guardando os pilares da velha loucura.
Pois esta nova,está distante demais.
Bicho vesgo
Amar ao próximo e odiar-se a si mesmo
Bicho esnobe,
Bicho pobre,
Bicho torto
Amar a si antes que os outros
Finjes de morto,
Bicho podre
Bêbado em dissimetria
Tombante em avenida
Ama-te antes dos outros te amarem
E ame os outros,
feito amor de bicho solto
Desenvolto do laço de forca
Que pôs todos a segurar
Direciona logo teus passos,
Ou te entregues ao penar.
Feito um bicho vivo,
No estado de já nascido
Nas máximas da cultura
Paciente a espera do cais
Guardando os pilares da velha loucura.
Pois esta nova,está distante demais.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
O amor e sua miséria
Acordei com a agulha no peito
Vi a falta e vi de onde veio
Vi o amor feito de migalhas
De elogios, provas e testes
Servindo de alicece às vaidades
Ao autoapreço e às suas pestes
Vi amantes feito mendigos
Não pela liberdade da não posse,
Mas ao contrário,
Pelos vícios e pela esmola
Rastejando por poucas provas
Insuficientes, cegos, sem respeito.
Não vêm que são eles, que lhe espetam o próprio peito.
Usam do amor feito fosse ópio,
Não pela transcendência e pela criatividade,
Mas pela dependência e pelo escape.
Fazem do transe um desastre
Da percepção à paranoia
Usam a mescalina
E desperdiçam o que mais tem de divina
Sobrevivem na escória,
Na mais mesquinha experiência
Sentem a desunião, a descomunhão
E chamam de carência.
Mas hei de converter,
Esse peito ignorante
Sejamos pacientes,
Mas não deixemo-nos descrentes.
A passos constantes,
Corajosos e curiosos
Deixarei os tons terrosos
Para as vivas cores do instante.
Vi a falta e vi de onde veio
Vi o amor feito de migalhas
De elogios, provas e testes
Servindo de alicece às vaidades
Ao autoapreço e às suas pestes
Vi amantes feito mendigos
Não pela liberdade da não posse,
Mas ao contrário,
Pelos vícios e pela esmola
Rastejando por poucas provas
Insuficientes, cegos, sem respeito.
Não vêm que são eles, que lhe espetam o próprio peito.
Usam do amor feito fosse ópio,
Não pela transcendência e pela criatividade,
Mas pela dependência e pelo escape.
Fazem do transe um desastre
Da percepção à paranoia
Usam a mescalina
E desperdiçam o que mais tem de divina
Sobrevivem na escória,
Na mais mesquinha experiência
Sentem a desunião, a descomunhão
E chamam de carência.
Mas hei de converter,
Esse peito ignorante
Sejamos pacientes,
Mas não deixemo-nos descrentes.
A passos constantes,
Corajosos e curiosos
Deixarei os tons terrosos
Para as vivas cores do instante.
Sono.
Hora de cuspi
Fodasse
Foda-se
Sono, muito sono
Hora de cuspir outro idioma
Sinto, sinto muito
Ou nem sinto,
Nem sei.
Fodasse.
Mas pra poesia,
Pra bela poesia
Precisa-se de saúde
Precisa-se de sinapses
De oxigênio no cérebro
E de sentido
Claro que a poesia é feita de confusão
Mas é preciso de um agente com sentido
Não que alguém faça sentido, ninguém faz.
Mas é preciso de uma sanidade mental
Um fundo lógico mínimo
Que faça o poeta não se esquecer
Que seu texto não é um relatório
Claro que tudo vale,
A arte é um sanatório.
Mas o que digo
É que em todo caos há uma lógica,
Não obstante toda lógica é um caos.
Cuspido,
Pronto,
Me sinto melhor.
Vou dormir.
Fodasse.
Fodasse
Foda-se
Sono, muito sono
Hora de cuspir outro idioma
Sinto, sinto muito
Ou nem sinto,
Nem sei.
Fodasse.
Mas pra poesia,
Pra bela poesia
Precisa-se de saúde
Precisa-se de sinapses
De oxigênio no cérebro
E de sentido
Claro que a poesia é feita de confusão
Mas é preciso de um agente com sentido
Não que alguém faça sentido, ninguém faz.
Mas é preciso de uma sanidade mental
Um fundo lógico mínimo
Que faça o poeta não se esquecer
Que seu texto não é um relatório
Claro que tudo vale,
A arte é um sanatório.
Mas o que digo
É que em todo caos há uma lógica,
Não obstante toda lógica é um caos.
Cuspido,
Pronto,
Me sinto melhor.
Vou dormir.
Fodasse.
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
O copo cai. Cada caco de vidro é uma oportunidade. Acordei sozinho ao seu lado hoje de manhã. Completamente sozinho ao seu lado. O verdadeiro inferno é a insegurança e a carência. A verdadeira dor é a falta. Não consigo dormir, não consigo parar de balançar a perna, não consigo me concentrar, não consigo sorrir, não consigo saciar a minha vontade de gritar e nem a de escrever e ainda duvidam que a única coisa que importa é o amor. Sem ser piegas, sem ser clichê, quero dizer com amor sexo, carinho e romance. Principalmente carinho e romance. Não consigo pensar em outras pessoas, embora eu saiba que existam, e que são iguais a você, e que posso querê-las igual quero você. O amor é a nova religião, e a razão não me serve de vacina, como me serve pras outras. Não me adianta perceber o quão ilusórias são minhas impressões acerca de ti e de nós, não me adianta ver que isso nem diz respeito a nós, mas só à minha insuficiência, não me adianta saber de nada disso, continuo projetando felicidade em você igual um imbecil. É o resto da magia e do encantamento que deixo guardado debaixo do travesseiro, meio ao desencanto da modernidade. Cada romance vem como um novo Deus descoberto, e cada colapso de romance vem como o baque do desencantamento no religioso, com todo o seu niilismo, seu vazio e sua falta. Mas o religioso não sai buscando outros deuses, não normalmente. Já o amante...
sábado, 3 de agosto de 2013
O que sobre da fase atual
E toda a solução era só a meditação. Pouco importa, de fato, ela, ele, eles, nós, medita que não te atingem mais. Nada melhor que me livrar de todas as circunstancias e deixar o mundo impermanente, sem perenidade, sem instituição, sem saudade, sem esperança. Medita, até que pouco te importe você, e só te importem eles. Então ficarás inatingível e verás a brincadeira que são seus dias e suas relações.
quarta-feira, 31 de julho de 2013
Sabes que constrói tua felicidade sobre falsos alicerces,
Que deixa sempre um mal resolvido,
Que se resolverá, feito um tiro em teu pé.
Não te sirvas mais desses frutos,
Arranje alguns outros mais puros,
e jejue se puder.
.Vês o quão absurda,
A origem de toda a lamúria,
No mais pequeno da terra?
No mais pequeno do ser,
Nesse ímpeto de conserva,
Nesse medo de viver.
Medo da vida e medo da morte,
A mesma coisa.
O mesmo devir.
Sabes que constrói tua felicidade sobre falsos alicerces,
Ela será destruída assim que a maré subir.
Que deixa sempre um mal resolvido,
Que se resolverá, feito um tiro em teu pé.
Não te sirvas mais desses frutos,
Arranje alguns outros mais puros,
e jejue se puder.
.Vês o quão absurda,
A origem de toda a lamúria,
No mais pequeno da terra?
No mais pequeno do ser,
Nesse ímpeto de conserva,
Nesse medo de viver.
Medo da vida e medo da morte,
A mesma coisa.
O mesmo devir.
Sabes que constrói tua felicidade sobre falsos alicerces,
Ela será destruída assim que a maré subir.
E nem a poesia pode mais contemplar,
Quanto mais entendo,
Menos clareza,
Menos posição,
Menos arte,
aosousdohu
õasdbsoufouofdgofdoh
asbffjudfjudfjudfuadfodfioifdvonuf
auadfibdaoadonasoiasdicsdcsconsdjjad]piadv
asdigasdhasdhuahuhhuoadsohua
e é assim asdasyadsiasd
ikasduo e é assim ouadsu
iasdouasdihasdihasdihiho
E é assim que soaria.
Pós modernidade
Entenderemos cada dia menos.
Nada me diz nada,
Tudo se equivale,
Todos se equivalem,
Não existe progresso,
Não existe beleza.
Não existe norte.
Tudo é arbitrário,
E daqui,
A decisão é não arbitrar mais,
Não sei mais fazer política e muito menos arte.
Passo por um processo de desculturação, na medida em que reconheço a aleatoriedade dos padrões culturais e as suas dissemelhanças com a realidade.
Não sei mais ler política e muito menos apreciar arte.
Vejo a impotência de tudo que se propõe a explicar algo, logo que é enunciado.
Nietszche, Hesse, Reich, Cohen, Freire, Marx,
Nenhum passa pela peneira do relativismo,
Todos evolucionistas,
Acreditam em beleza, em progresso, em norte, em conhecimento.
Não existe nada disso.
Nada me diz nada,
Tudo se equivale,
Todos se equivalem,
Não existe progresso,
Não existe beleza.
Não existe norte.
Tudo é arbitrário,
E daqui,
A decisão é não arbitrar mais,
Não sei mais fazer política e muito menos arte.
Passo por um processo de desculturação, na medida em que reconheço a aleatoriedade dos padrões culturais e as suas dissemelhanças com a realidade.
Não sei mais ler política e muito menos apreciar arte.
Vejo a impotência de tudo que se propõe a explicar algo, logo que é enunciado.
Nietszche, Hesse, Reich, Cohen, Freire, Marx,
Nenhum passa pela peneira do relativismo,
Todos evolucionistas,
Acreditam em beleza, em progresso, em norte, em conhecimento.
Não existe nada disso.
quinta-feira, 30 de maio de 2013
Ela está triste,
E fico triste pensando no que a deixa assim
Fico triste pensando que não sou quem pode perguntá-la o que se passa
Fico triste pensando que algo entre nós não existe mais
Mas nunca existiu.
É só mais uma paixão distante
Que nada tem de sólido
Mas todas as paixões são assim
Nada que existe tem nada de sólido
Tantas histórias, que já foram tão importantes
Do nada nos desimportamos
E voltamos ao já banal instante nilista
Em que, antes de dormir,
Me encontro comigo, meu maior inimigo,
E vejo que pouco me lixo
Que no fundo era só eu e só ela,
E nada há entre nós senão desespero e desamparo
E não há nada que cale essa conversa
E não há nada que cale o desassossego.
E se o mundo todo parasse pra pensar pra onde leva a vida?
E fico triste pensando no que a deixa assim
Fico triste pensando que não sou quem pode perguntá-la o que se passa
Fico triste pensando que algo entre nós não existe mais
Mas nunca existiu.
É só mais uma paixão distante
Que nada tem de sólido
Mas todas as paixões são assim
Nada que existe tem nada de sólido
Tantas histórias, que já foram tão importantes
Do nada nos desimportamos
E voltamos ao já banal instante nilista
Em que, antes de dormir,
Me encontro comigo, meu maior inimigo,
E vejo que pouco me lixo
Que no fundo era só eu e só ela,
E nada há entre nós senão desespero e desamparo
E não há nada que cale essa conversa
E não há nada que cale o desassossego.
E se o mundo todo parasse pra pensar pra onde leva a vida?
Eu não to entendendo absolutamente nada do que ta acontecendo
Isso é um saco
Lidar com isso é um saco
Desde que o mundo se desentendeu de vez,
Desde que entendi que nada entendo,
Desde que parei de inventar entendimentos,
Toda a existência só me entendia.
Só me valem os beijos e os abraços,
As cordas, a voz e os cigarros,
Que não valem quase nada, aliás
Servem só pra acelerar uns poucos segundos
Em que nem os humanos me valem mais.
Isso é um saco
Lidar com isso é um saco
Desde que o mundo se desentendeu de vez,
Desde que entendi que nada entendo,
Desde que parei de inventar entendimentos,
Toda a existência só me entendia.
Só me valem os beijos e os abraços,
As cordas, a voz e os cigarros,
Que não valem quase nada, aliás
Servem só pra acelerar uns poucos segundos
Em que nem os humanos me valem mais.
domingo, 5 de maio de 2013
A la dê loquê
Loque um pop a la rock
Lente lúcida, cristalina
Mente livre, sem sina
Sou toda minha pele,
Todo toque é uma delícia
A la de rock leve
Todo o universo me faz carícias,
Sou todos os meus nervos, juntos
Sou tudo o que vejo, tudo o que ouço
Toda essa realidade gosmenta, maleável
Todo esse vapor solidificado
Respiro tudo isso de uma vez só
Sou muito menor e maior
Sou puro ácido.
Neste instante, sou puro ácido,
Vejo o ácido escorrendo sobre toda a realidade,
sobre todas as pessoas e todos os sons.
Vejo o vivo dos mortos, as cores do cinza,
Sinto o atrito do ar
Deixo a poesia acabar
Pra que voltes ao mundo e sinta.
Loque um pop a la rock
Lente lúcida, cristalina
Mente livre, sem sina
Sou toda minha pele,
Todo toque é uma delícia
A la de rock leve
Todo o universo me faz carícias,
Sou todos os meus nervos, juntos
Sou tudo o que vejo, tudo o que ouço
Toda essa realidade gosmenta, maleável
Todo esse vapor solidificado
Respiro tudo isso de uma vez só
Sou muito menor e maior
Sou puro ácido.
Neste instante, sou puro ácido,
Vejo o ácido escorrendo sobre toda a realidade,
sobre todas as pessoas e todos os sons.
Vejo o vivo dos mortos, as cores do cinza,
Sinto o atrito do ar
Deixo a poesia acabar
Pra que voltes ao mundo e sinta.
Deus, me deixe com este instante pra sempre,
Existir é eterna delícia,
Sentir é eterna delícia,
Que eu me deleite enquanto dure
E me deleite como se nunca tivesse havido nada, nenhum outro dia
E que eu possa me esquecer desse instante,
E viver os próximos também como se nunca tivesse havido nada,
Pois existir é uma eterna delícia,
E pensar não.
Sobre a música "once there was a way", show do Paul
Existir é eterna delícia,
Sentir é eterna delícia,
Que eu me deleite enquanto dure
E me deleite como se nunca tivesse havido nada, nenhum outro dia
E que eu possa me esquecer desse instante,
E viver os próximos também como se nunca tivesse havido nada,
Pois existir é uma eterna delícia,
E pensar não.
Sobre a música "once there was a way", show do Paul
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Drama do deserto
Chovia no deserto na semana passada
Chovia tanto que doía o prazer da água descendo em minha pele seca.
Inundou toda minha alma,
Inundou-me a ponto de embriagar-me
E sorrindo eu me afogava, inocente em plena deixa
Ah, mas virado o domingo reacordo-me seco
O que dói agora é o Sol
Dói de verdade, não como o prazer das gotas
Resseca meus olhos e minha boca
E me dá uma tristeza no peito.
O sol queima, a sede teima,
O dia demora,
O céu azul apavora,
Não vejo uma nuvem sequer
O deserto já me rodeia de novo
A chuva era só miragem,
Ou foi sorte de uma noite só
O deserto é onipresente
É minha velha paisagem
Quantas sejam as viagens,
Sempre volto pra casa.
O deserto é dentro dagente,
O deserto sou eu
O deserto sou eu.
Chovia tanto que doía o prazer da água descendo em minha pele seca.
Inundou toda minha alma,
Inundou-me a ponto de embriagar-me
E sorrindo eu me afogava, inocente em plena deixa
Ah, mas virado o domingo reacordo-me seco
O que dói agora é o Sol
Dói de verdade, não como o prazer das gotas
Resseca meus olhos e minha boca
E me dá uma tristeza no peito.
O sol queima, a sede teima,
O dia demora,
O céu azul apavora,
Não vejo uma nuvem sequer
O deserto já me rodeia de novo
A chuva era só miragem,
Ou foi sorte de uma noite só
O deserto é onipresente
É minha velha paisagem
Quantas sejam as viagens,
Sempre volto pra casa.
O deserto é dentro dagente,
O deserto sou eu
O deserto sou eu.
O amor e a melancolia, o poeta no mundo.
Falacia de poeta,
Um instante corrompido,
E a falacia me quieta
Me arrepia e enfurece,
Me entristece e me comove
Algo me sobe,
Por toda minha espinha algo me sobe,
Nada existe, nada se move,
Nada se cheira e nada se vê,
Vê-se um homem incompleto,
Homem quieto, pensante
Fossem mais consonantes,
Teus sonhos e o mundo,
E nao estaria tao mudo no instante.
Esquece-se pois que ninguem ve o que sente
Que so veem o homem silente,
Que ele tambem nao ve mais que corpos,
Ve todos como aparelhos mortos,
Sem sonhos e sem faltas
Quandos os cadernos sao alheios,
As poesias soam falsas...
Um instante corrompido,
E a falacia me quieta
Me arrepia e enfurece,
Me entristece e me comove
Algo me sobe,
Por toda minha espinha algo me sobe,
Nada existe, nada se move,
Nada se cheira e nada se vê,
Vê-se um homem incompleto,
Homem quieto, pensante
Fossem mais consonantes,
Teus sonhos e o mundo,
E nao estaria tao mudo no instante.
Esquece-se pois que ninguem ve o que sente
Que so veem o homem silente,
Que ele tambem nao ve mais que corpos,
Ve todos como aparelhos mortos,
Sem sonhos e sem faltas
Quandos os cadernos sao alheios,
As poesias soam falsas...
domingo, 24 de março de 2013
Hedonismo completo.
Que se danem todos os significados,
Poesias são passageiras,
Verbos são velhos fardos
Velhos mortos, retardatários.
Que se explodam, os significados
Indecisões de poetas,
Incertezas ascetas,
Águas passadas.
Quero mesmo é que não signifiquem,
Que fiquem outras palavras.
As de ontem já são antiquadas
As de agora que fiquem caladas.
Pois neste instante,
Tudo que quero é um orgasmo,
Quero um belo trago
E quando fico um pouco apático
Quero morrer engasgado.
Quero mesmo é que não signifiquem,
Que fiquem outras palavras.
As de ontem já são antiquadas
As de agora que fiquem caladas.
Pois neste instante,
Tudo que quero é um orgasmo,
Quero um belo trago
E quando fico um pouco apático
Quero morrer engasgado.
segunda-feira, 11 de março de 2013
blackchalckes
Há uma dor que paira nessas mentes noturnas, que leva esses homens às brigas, que leva essas moças ao choro, que junta essas vozes em coro, no mesmo refrão, no mesmo grito. A noite foi uma constante descarga de tensão, para todos. Os morchas, as moças, os moços, o rock, o álcool, o cigarro, os gritos, as drogas... O desespero estava fincado na alma de todos aqueles bohemios e bohemias de hoje, pessoas admiráveis, que não esperam o que está por vir, que se desesperam frente à vida e fazem de tudo pra que o próximo minuto valha a pena. Todos primatas, em atividades quase instintivas de liberação de tensões, todos crianças, em busca de pequenos desejos, rodeados de medos, de orgulho e de carências.
quinta-feira, 7 de março de 2013
Todos os dias
são dias de glória
são dias de drama
de dias atráses, de profetizanas
De dia tão curto
Daqui tão gigante
tantos nos fazem, as filosofias, sempre se transcendem.
Deonde é que se tira o que se quer?
Deonde é?
Que se toquem as velhas notas, que só se queira tocar elas, quero ou não quero?
c0nhece-te a ti mesmo, mas tanto me faz...
Tanto me fazem as filosofias, sempre se transcendem
são dias de glória
são dias de drama
de dias atráses, de profetizanas
De dia tão curto
Daqui tão gigante
tantos nos fazem, as filosofias, sempre se transcendem.
Deonde é que se tira o que se quer?
Deonde é?
Que se toquem as velhas notas, que só se queira tocar elas, quero ou não quero?
c0nhece-te a ti mesmo, mas tanto me faz...
Tanto me fazem as filosofias, sempre se transcendem
terça-feira, 5 de março de 2013
Autocriticaferrenha
Às inocentes ignorâncias, às despropositadas desvalorizações, aos descuidos paternos e maternos, à cegueira e à surdez alheia ofereço um gélido e apático olhar frente aos afetos. Ofereço-lhes um falso e desdenhoso olhar, um olhar vazio, que se desimporta meio ao carinho. Um olhar só, que deve produzir compaixão, pena e distância pra quem, inocentemente, desconhecendo seus próprios espinhos e venenos, vem pedir-me um abraço, um ombro, uma cumplicidade. Um olhar de origem puramente egóica, orgulhosa, maquiavélica, um olhar que me faz esquisito e me projeta a uma distância maior ainda, quando o que mais queria, intimamente, era ser acolhido e compreendido, ser abraçado, ser igual, a minha maneira, como todo ego quer. Olhos frios, secos. A última coisa que sou nos momentos em que olho assim é frio, pelo contrário, fervo por dentro e estou vulnerável a cada palavra que me disseres. Olhe mais tempo e verás o quão trêmulos estão os meus olhos para conseguirem manter essa postura toda, essa seriedade, essa severidade. É porque em verdade estou muito fraco nas horas em que olho assim, e me é difícil mantê-los tão firmes. O que eu queria nesses momentos era pedir socorro, pedir piedade, pedir mais voz, pedir espaço, pedir força... Reconheço todas as não virtudes e, principalmente, as infantilidades e vaidades desses pedidos, mas que fazer com esses anseios? Devo mesmo escondê-los? A última coisa que quero ao me retirar é ser esquisito, por vezes me retiro para não continuar sendo esquisito, mas o efeito não sai como calculado...Não que me importe ser ou não ser esquisito, ser ou não ser normal, inclusive, ser normal - igual, padronizado e etc - é para mim repugnante. O que me importa, e duvido que a alguém não importe, é ficar só. Não me refiro à mera solidão material, que muitas vezes pode até ser gostosa e saudável-quando passageira-, mas sim ao cruel e insustentável estado de desamparo, recheado de carências e de dilemas- dos profundos aos rasos-, a que são sujeitos alguns homens postos de lado. Me refiro à triste sensação de se perceber incompatível com a sociedade e com nem um homem sequer, à tristeza de ver o isolamento como imperativo e irremediável, como um destino. Me refiro à sensação de despertencimento, que, segundo Durkheim, leva vários homens à navalha. Esse isolamento não é voluntário, é fruto de complexas, profundas e antigas relações pessoais, é fruto de fortes vícios e, principalmente, é fruto da ignorância. Um isolado exigindo do mundo uma paciência que não tem para com ele; exigindo dos outros uma compreensão que não possibilita, pois exibe os olhos bravos para os momentos de fraquezas e os olhos frios para os momentos de carência; negando o afeto que mais deseja; e dificultando o acolhimento que mais procura. Isola-se quando tudo dentro de si implora por comunidade.
Isso tudo sem mencionar a ignorância já presente na raiz do problema, o sentir-se desvalorizado, quer algo mais vaidoso? Assim segue o ego, como a maior vítima de si mesmo...
Isso tudo sem mencionar a ignorância já presente na raiz do problema, o sentir-se desvalorizado, quer algo mais vaidoso? Assim segue o ego, como a maior vítima de si mesmo...
segunda-feira, 4 de março de 2013
Sono, silencio; silencio e sono; vácuo, ruido, teclas, abstenho-me. Silencio, sono, omito-me. Escondo-me no silencio, no sono, calo-me por fora e por dentro, esqueço de tudo que penso, sonolento silêncio, silêncio solo. Bom dia, fim de noite solo, fim de solo sem bis. Fim de noite só, só isso. Nada de solo, nada de show: Curto o sono e o silêncio só. Vazio. Omito-me, escondo-me, calo-me, sequelo, esqueço, vazio, vazio, vazio. Vazio por dentro e por fora. Bom dia, o dia já nos devora, os pássaros já cantam e eu deito-me só.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
A primeira pedra
Leve brisa, leve
Leve o vento já escrito
Leve as folhas ao destino
Todos os atores e todos os passivos
Severamente descritos
No movimento da primeira pedra
Leve brisa, leve
Leve o tempo paciente
Leve o homem prepotente
Mostre a todos a pedra
Ponha o homem em tua leva
Ponha todos os homens em tua leva
As cidades viram ruínas
As ruínas viram pedras
Desde a primeira leva
O homem e a sua selva
A minha selva interna
O eterno céu e inferno
Escritos no infinito completo
Do movimento da primeira pedra
Leve o vento já escrito
Leve as folhas ao destino
Todos os atores e todos os passivos
Severamente descritos
No movimento da primeira pedra
Leve brisa, leve
Leve o tempo paciente
Leve o homem prepotente
Mostre a todos a pedra
Ponha o homem em tua leva
Ponha todos os homens em tua leva
As cidades viram ruínas
As ruínas viram pedras
Desde a primeira leva
O homem e a sua selva
A minha selva interna
O eterno céu e inferno
Escritos no infinito completo
Do movimento da primeira pedra
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Ela fervia.
Em serena febre dedibulhava seus dedos pelas cordas.
Pequenos dedos, pequeno corpo junto à viola.
Ela exalava prazer e emoção em seu toque, em seus sons
Ela fervia Roque, Joplin, Stones.
Seu corpo quieto não escondia o fervor de sua arte.
E quieto eu escondia o fervor de ouvi-la.
Essencialmente uma artista, em todas as partes, em todas as sílabas.
Essencialmente uma arte: ferve, arde e contagia.
Essencialmente uma arte: ferve, arde e contagia.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Pras agonias.
Eu me perdoo.
Sem mais delongas, eu me perdoo.
Vivo enfim sem pecados, vivo enfim sem deveres
Vivo enfim em liberdade, vivo enfim por viver.
Eu me absolvo de todos os meus pecados.
Mais que isso: eu me absolvo de minhas incompetências.
Me absolvo até de minhas cobranças.
Me absolvo até do meu orgulho e da minha ignorância.
Nada me torna mais livre e menos egocêntrico do que me perdoar.
A culpa é uma arma do ego, do orgulho, assim como todo o desgaste que ela carrega em si. O negativismo e o remoer de pecados são frutos de um "Ter-de-ser", de um "eu" congelado, permanente, apegado. A culpa e o complexo de inferioridade escondem na verdade uma arrogância. Quem tem humildade se perdoa e pede desculpa uma vez só.
A culpa é uma arma do ego, do orgulho, assim como todo o desgaste que ela carrega em si. O negativismo e o remoer de pecados são frutos de um "Ter-de-ser", de um "eu" congelado, permanente, apegado. A culpa e o complexo de inferioridade escondem na verdade uma arrogância. Quem tem humildade se perdoa e pede desculpa uma vez só.
-Talvez eu não consiga me perdoar em tudo com sinceridade, mas me perdoo por isso também-
Todos os pecados estão absolvidos,
Todos os pecados estão desinventados.
Na moral, fodasse o amor.
Que asco
Vivo por felicidade, por prazer.
Fodasse a ternura, fodasse as angustias.
Vivo pelo agora, pelo presente, pelo que está presente.
Não vivo por idéias,
Não vivo por metafísica, por significados e por significantes.
Vivo pelo instante, pelo mais simples instante.
Um fodasse ao amor e um viva aos sorrisos!
Um fodasse ao amor e um viva às gargalhadas!
Um fodasse ao amor e três vivas ao desejo!
Viva! Viva! Viva!
Viva a intimidade, viva a felicidade, viva ao carinho, viva ao companheirismo
Viva com leveza.
Viva a beleza
Fodasse o complexo.
Que asco
Fodasse a dor.
Que asco
Vivo por felicidade, por prazer.
Fodasse a ternura, fodasse as angustias.
Vivo pelo agora, pelo presente, pelo que está presente.
Não vivo por idéias,
Não vivo por metafísica, por significados e por significantes.
Vivo pelo instante, pelo mais simples instante.
Um fodasse ao amor e um viva aos sorrisos!
Um fodasse ao amor e um viva às gargalhadas!
Um fodasse ao amor e três vivas ao desejo!
Viva! Viva! Viva!
Viva a intimidade, viva a felicidade, viva ao carinho, viva ao companheirismo
Viva com leveza.
Viva a beleza
Fodasse o complexo.
Que asco
Fodasse a dor.
domingo, 13 de janeiro de 2013
Auto-retrarte
Diz ó meu amor,
Se preciso de rima,
Se preciso de simetria,
Se não fogem aos padrões os poemas mais sinceros?
Da alma pro papel não surge a beleza
A beleza aqui é no espontâneo, não na forma
Não penso em prosa,
Tampouco em rimas.
Penso em poesias
Poesias mal cuidadas
Nascidas no inóspito, no selvagem.
No nó neuro-caótico,
Na coragem.
Da noite pro dia,
Dum segundo pro outro
Há sempre a poesia, que descreve a paisagem
Não vale a pena ver de fato?
Não são os mais completos retratos, os poemas mal cuidados?
E meu amor, pra que rimar-te
Se já são tão belos teus olhos,
Tua boca, tua pele, teu cheiro.
Se em rima vê-se exagero
Descuido pra mostrar a verdade
Se preciso de rima,
Se preciso de simetria,
Se não fogem aos padrões os poemas mais sinceros?
Da alma pro papel não surge a beleza
A beleza aqui é no espontâneo, não na forma
Não penso em prosa,
Tampouco em rimas.
Penso em poesias
Poesias mal cuidadas
Nascidas no inóspito, no selvagem.
No nó neuro-caótico,
Na coragem.
Da noite pro dia,
Dum segundo pro outro
Há sempre a poesia, que descreve a paisagem
Não vale a pena ver de fato?
Não são os mais completos retratos, os poemas mal cuidados?
E meu amor, pra que rimar-te
Se já são tão belos teus olhos,
Tua boca, tua pele, teu cheiro.
Se em rima vê-se exagero
Descuido pra mostrar a verdade
sábado, 12 de janeiro de 2013
Reflexão leviana
Nada mudou, absolutamente nada. Do último instante a esse nada aconteceu de diferente no mundo. Mas o mundo todo mudou. Não sei bem onde e nem como, mas mudou. Não consigo considerar o mesmo mundo, mas insisto em considerar o mesmo eu. Um pensamento surgiu e pronto, o que era belo se deformou, o que era claro se confundiu, o que era justo se corrompeu. Aliás, um pensamento não, um instante de pensamentos, pois os pensamentos nunca estão sós, nossa mente é uma eterna avalanche de impressões e memórias. O mundo inteiro mudou, todas as pessoas que conheço mudaram, mas nada aconteceu nele. É porque o mundo não é feito de matéria, o mundo é feito de ideias, se o mundo fosse matéria, não existiria espaço para a verdade, para o conhecimento, para ser. O mundo são só as minhas ideias, e não existe sem elas, o tempo é o fluxo do meu pensamento e nada mais. Eu sou o tempo e sou o mundo, os criei e vivo neles, não devo me apegar a realidade como se fosse dada, como se ela tivesse algum poder sobre mim, ela não tem. Que me importam as ondas de som, que é a matéria dada? o que me importa é a música, e ela sou eu que crio com meus ouvidos, não há nada nas ondas capaz de me emocionar, o que me emociona são as minhas ideias a partir delas, e são puramente de minha autoria. Não há nada nos fonemas e nos símbolos que possa me ofender, o que me ofende não é a matéria, são as minhas ideias.
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
"O que fazer, do que fizeram de mim?"
E então te dizer, que você foi muito importante pra mim. E dizer a todos os loucos, todos os tristes e todos os perturbados, que escrevam, pois passa. E pois queria saber que escreveriam eles também. E que é engraçado saber do tanto que você valeu só agora, que eu meio que lutei contra essas ideias, mas que enfim assumi que estou fora de controle de mim. Não me domino, nem um pouco. O que experiencio me afeta de um jeito imprevisível e quase aleatório, não faço ideia do que vai ficar, do que vou esquecer, do que vai deixar cicatrizes, do que me faz bem, do que me faz mal. Desde quando me entendo por gente é assim.
Me conheço tão pouco, quanto conheço o universo, quanto conheço aos outros, e não conheço ninguém. Ninguém conhece a ninguém, e ninguém me conhece. Minha pequenice não é só perante ao universo e aos outros, mas perante a mim mesmo, a esse negócio, esse continum que chamo de eu, que destruo, altero e preservo a cada ação, a cada pensamento, a cada emoção que experiencio. Sou vítima dele e ele de mim. Sem dúvida uma maior compreensão entre nós seria saudável, mas quiçá isso é possível. Talvez já resolveria entender que não me entendo, que estou a mercê de uma máquina muito potente, muito poderosa e descontrolada, que é meu cérebro, e com esse entendimento suportar as emoções, as memórias e os desejos com mais paciência e lidar com a vida com mais humildade. Mas não sei. Não sei de nada, nem de mim e nem do mundo.
Me conheço tão pouco, quanto conheço o universo, quanto conheço aos outros, e não conheço ninguém. Ninguém conhece a ninguém, e ninguém me conhece. Minha pequenice não é só perante ao universo e aos outros, mas perante a mim mesmo, a esse negócio, esse continum que chamo de eu, que destruo, altero e preservo a cada ação, a cada pensamento, a cada emoção que experiencio. Sou vítima dele e ele de mim. Sem dúvida uma maior compreensão entre nós seria saudável, mas quiçá isso é possível. Talvez já resolveria entender que não me entendo, que estou a mercê de uma máquina muito potente, muito poderosa e descontrolada, que é meu cérebro, e com esse entendimento suportar as emoções, as memórias e os desejos com mais paciência e lidar com a vida com mais humildade. Mas não sei. Não sei de nada, nem de mim e nem do mundo.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
O Karma do Zé ninguém
Zé, para com isso, Zé! Força, reputação, competitividade, luta... Para com isso, Zé! Chega de tanto ego, chega de tanto orgulho, chega de cobranças de performance, de abafar fraquezas, de ignorar as dores, chega disso tudo. Zé, se há alguma luta, não é contra o mundo e nem contra o seu vizinho, a nossa luta é contra o sofrimento. E já faz mais de um século que se sabe que o sofrimento não se resolve sem admiti-lo, sem encará-lo. Relaxa, Zé, todos somos fracos, estamos todos desesperados perante o mundo e a vida, vamos lidar com isso juntos, com calma e sem rancor, com paciência e perseverança, essa é a força. Já faz milhares de anos que nos voltamos a uma competição imbecil entre as nações, as tribos e mesmo(ou principalmente) entre as famílias e os meios sociais que nos cercam, isso não vai levar em nada, leva apenas à ira, às guerras, às traições de família, aos assassinatos, ao bullying, aos suicídios, aos seriais killers. Leva só à frustração e à inimizade. Calma Zé, vamos lidar com esse sofrimento juntos, com compaixão, eu sei o tanto que você sofre, cara. E sei o quão urgente é pra você se livrar do sofrimento, pra nós todos também é assim, mas vamos fazer esse negócio direito pra não acabar provocando mais sofrimento, mais inimizade e deixar que a humanidade siga essa roda sem fim.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Senhora tristeza
Cada aflição tem a sua poesia.
Nem sempre se escreve
Mal se percebe
Mas o que sentes na pele
E não sabes dizer a ninguém
Quando algo acontece em teu peito,
E nada aconteceu no planeta,
Quando suspiras sozinho sem porque
Quando não entendes mais ser
Quando recrias teu universo sozinho
Quando falta carinho
Quando só lamentas
Quando não te sustentas
Sustentas uma poesia
Triste e terna poesia
Que me maltrata e me diverte,
Que me completa e me vicia,
Que me eleva e me afunda,
Como qualquer prazer.
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